Economia

Setor atacadista prevê queda real de 2,5% no faturamento em 2017

A estimativa negativa vem após a queda de 1,57% no faturamento do atacado no primeiro semestre, ante mesmo período do ano anterior

Atacado: o setor aposta em retomada gradual, devido à melhor da perspectiva macroeconômicas e fatores sazonais (Getty Images/Getty Images)

Atacado: o setor aposta em retomada gradual, devido à melhor da perspectiva macroeconômicas e fatores sazonais (Getty Images/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 7 de agosto de 2017 às 15h41.

São Paulo- O setor atacadista do país deve fechar 2017 com queda real de até 2,5 por cento no faturamento, após revisão de expectativas, disse nesta segunda-feira a Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados (Abad).

A estimativa negativa vem após a queda de 1,57 por cento no faturamento do atacado no primeiro semestre, ante mesmo período do ano anterior, segundo a ABAD/FIA-USP.

"Essa queda talvez não seja só devido a uma troca de marcas ou mesmo a uma redução dos negócios no setor, mas a própria deflação esteja impactando de alguma forma esses números", disse o presidente da Abad, Emerson Luiz Destro, em São Paulo.

De acordo com Destro, a queda na inflação também prejudicou a competitividade de algumas empresas, que muitas vezes adquirem produtos a preços mais altos que os concorrentes que reabastecem seus estoques mais tarde.

A conjuntura negativa se traduz também em aumento de 4,9 por cento na inadimplência dos atacadistas em junho ante mesmo mês do ano anterior, para 19,2 por cento, de acordo com pesquisa divulgada pela Serasa Experian no evento.

No entanto, o setor aposta em retomada gradual, devido à melhor da perspectiva macroeconômicas e fatores sazonais como as festas de fim de ano e a liberação do décimo terceiro salário.

Outro ponto que colabora para a tese de retomada é a redução de 7,2 por cento na inadimplência dos varejistas no primeiro semestre, ante mesma etapa de 2016, registrada pela Serasa.

"Também é uma boa notícia, além das macroeconômicas (...) de que realmente a tendência de melhora existe", disse Paulo Melo, diretor de relações institucionais da Serasa Experian .

A retomada da estabilidade política e a continuidade das reformas propostas pelo governo do presidente Michel Temer, como a da previdência, também impulsionam a confiança do setor em uma tendência de melhora no crescimento para os próximos 12 meses.

"A gente acredita que com essas reformas estruturantes, se elas continuarem a acontecer, seja na redução das taxas de juros, na reforma da previdência e até uma minirreforma tributária, isso vai trazer um nível de confiança maior para os comerciantes", disse Destro.

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