BC: greve não deve impactar divulgação do Copom (Marcelo Casal/Agência Brasil)
Repórter de Brasil e Economia
Publicado em 11 de dezembro de 2023 às 12h24.
Última atualização em 11 de dezembro de 2023 às 15h08.
O sindicato nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal) anunciou uma paralisação de 24 horas a partir das 14h30 na próxima quarta-feira, 13. Entre as reivindicações dos servidores estão a criação de uma retribuição por produtividade institucional, reajuste nas tabelas remuneratórias, exigência de nível superior para cargo técnico, mudança do nome do cargo de analista para auditor.
Os trabalhadores vão discutir na próxima quarta-feira a entrega de cargos comissionados e a indicação de greve por tempo indeterminado.
A greve vai acontecer no mesmo dia em que o Comitê de Política Monetária (COPOM) realizará a última reunião do ano para discutir a taxa básica de juros, a Selic. Conforme expectativa majoritária do mercado e indicação da própria autoridade monetária, a queda será de 0,5 ponto percentual. Como a reunião depende da participação de diretores, o anúncio da decisão sobre a Selic não deverá ser afetado pela paralisação.
Fábio Faiad, presidente do Sinal, disse que a mobilização se tornou inevitável diante da negligência do governo e do tratamento assimétrico entre carreiras estrategicamente importantes. "É fundamental destacar que os servidores do BC entendem a situação fiscal complicada do país em 2024, e, por isso, aceitam que a proposta seja parcelada em 3 anos (com maior impacto em 2025 e 2026). O que não é aceitável é a situação atual: ausência de qualquer proposta por parte do governo", disse em nota.
Segundo o sindicato, a greve pode dificultar a gestão do BC, com atrasos e não-entrega de serviços, pela falta de gerentes e coordenadores para assinarem e autorizarem a execução dos serviços. Os servidores afirmam que a manutenção do Pix pode ser prejudicada, com risco para a continuidade dos serviços. A expectativa para a conclusão de projetos, como o Drex, supervisão de Prevenção à Lavagem de Dinheiro e Financiamento do Terrorismo, e regulamentação de ativos virtuais, também podem ser afetados.