Segundo a Serasa, alta dos juros já afeta capacidade de empresas pagarem as dívidas (Ken Funakoshi/Flickr/Creative Commons)
Da Redação
Publicado em 27 de junho de 2011 às 16h26.
São Paulo - A inadimplência das empresas brasileiras subiu 23,6% em maio ante o mesmo mês do ano passado, segundo dados da empresa de análise de crédito Serasa Experian. Esta foi a maior alta registrada na variação anual desde julho de 2009, ano em que a crise econômica mundial impactava fortemente na economia.
Na variação mensal, a inadimplência das empresas registrou elevação de 16,2% em maio ante abril deste ano. No acumulado de janeiro a maio deste ano, o crescimento foi 7,1% na comparação com igual período de 2010.
Segundo os economistas da Serasa, os juros elevados e a desaceleração econômica, decorrentes da política monetária restritiva para controle da inflação, já afetam a capacidade das empresas de pagarem suas dívidas. Outros fatores que impactam negativamente no caixa das empresas são o aumento dos custos e o crescimento da inadimplência do consumidor. Ainda de acordo com a Serasa, a expectativa é que esses fatores continuem pressionando a liquidez nos próximos meses.
Dentro do dado geral da inadimplência, a modalidade que apresentou maior variação em maio foram os protestos, que subiram 26,3% ante abril, respondendo por 39,3% do índice mais amplo. Em seguida aparecem os cheques sem fundo, com alta de 11,2% (contribuindo com 34,3% do indicador geral); e por fim estão os bancos, com expansão de 7,8% (peso de 26,3%).
De janeiro a maio, as dívidas com bancos tiveram um valor médio de R$ 5.049,81, o que representa um aumento de 5,8% ante o mesmo período de 2010. Os títulos protestados tiveram um valor médio de R$ 1.723,59 (alta de 7,0%) e os cheques sem fundo apresentaram valor médio de R$ 2.058,15 (+2,7%).
Na comparação de maio ante abril, a inadimplência das micro e pequenas empresas foi a que menos cresceu (15,6%). Já a das médias empresas avançou 28,1%, e a das grandes teve expansão de 20,3%. Quanto à variação ante maio de 2010, a inadimplência das micro e pequenas cresceu 23,8%, a das médias empresas, 27,1%, e a das grandes, 15,2%.