Protesto contra acordo com fundos abutres da Argentina (Marcos Brindicci / Reuters)
Da Redação
Publicado em 30 de março de 2016 às 23h47.
O Senado começou a debater nesta quarta-feira o projeto de lei para acertar o acordo de uma dívida milionária com credores internacionais, um acerto que o presidente Mauricio Macri considera vital para atrair investimentos e por em marcha a economia do país.
O lobby governista - em um parlamento que não controla - havia assegurado ao presidente a emissão de dívida por um máximo de US$ 12,5 bilhões, destinados a ressarcir os credores que processam o país em Nova York.
Para o senador Julio Cobos, da frente oficialista Cambiemos, o acerto com os "fundos abutres pode ser um ponto de inflexão na nossa economia que permitirá recuperar o acesso ao crédito internacional".
A disputa pela dívida remonta à crise financeira de 2001, quando a Argentina deu um calote internacional de US$ 100 bilhões. A maior parte dos credores renegociaram a dívida em 2005 e 2010, porém um grupo minoritário levaram o caso a um tribunal de Nova York e ganharam.
Em 2014, um juiz norte-americano deu uma sentença favorável aos holdouts e bloqueou os pagamentos aos detentores de títulos renegociados, fazendo com que a Argentina entrasse novamente em default.
As renegociações com os credores internacionais foi uma das primeiras medidas feitas por Macri ao assumir a presidência, em 10 de dezembro de 2015.
Porém, toda a decisão depende, agora, do aval do Congresso.
Apesar de ter conseguido respaldo na Câmara dos Deputados em meados de março, o governo necessita dos votos favoráveis de mais da metade de um total de 72 senadores.
No entanto, há vozes dissidentes ligadas a forças de centro-esquerda e à ex-presidente Cristina Kirchner.
"Nos querem vender uma crise para que compremos um endividamento caro e em maus termos. Vão nos levar ao inferno", disse a senadora Anabel Fernández Sagasti, próxima do filho de Cristina, Máximo Kirchner.
Espera-se que a iniciativa comece a ser votada na meia-noite de quinta-feira. Fonte: Associated Press.