O governo anunciou o projeto em um momento de tensão cambial, com o dólar no câmbio negro atingindo os 10 pesos, o dobro da cotação oficial (AFP / Juan Mabromata)
Da Redação
Publicado em 23 de maio de 2013 às 08h02.
Buenos Aires - O Senado argentino aprovou na noite desta quarta-feira o projeto de lei que "legaliza" os dólares comprados no câmbio negro, visando recuperar divisas fora do sistema para investi-las nos setores energético e imobiliário.
Após sete horas de debates, o projeto obteve o aval de 39 senadores, contra 28.
Esta lei "nos permitirá seguir o caminho do crescimento e da geração de empregos", disse Aníbal Fernández, presidente da Comissão de Orçamento e Fazenda no Senado e membro da governista Frente para a Vitória.
"O projeto vai abrir a porta para este dinheiro ocioso e clandestino" para que "possa voltar a participar da vida econômica do país, em especial em áreas estratégicas, como petróleo e construção".
No início do mês, quando apresentou o projeto, o vice-ministro da Economia, Axel Kicillof, estimou que há 40 bilhões de dólares nas mãos da população na Argentina e o triplo deste valor em paraísos fiscais.
Gerardo Morales, da União Cívica Radical, segunda força parlamentar, denunciou o projeto que "cria um paraíso fiscal" na Argentina "para o benefício de delinquentes que levaram centenas de milhares de dólares do país".
O governo anunciou o projeto em um momento de tensão cambial, com o dólar no câmbio negro atingindo os 10 pesos, o dobro da cotação oficial.
O plano prevê a emissão de bônus para investimentos no setor energético e um certificado de investimentos para o setor imobiliário e de construção.