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Senado aprova primeiro projeto do pacote de cortes e limita benefícios fiscais em caso de déficit

Senadores ainda aguardam PEC e PL que muda cálculo do salário mínimo

Senado Federal: aprovação de medida para cortes de gastos públicos e controle fiscal (Marcos Oliveira/Agência Senado)

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Agência o Globo
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Publicado em 19 de dezembro de 2024 às 20h19.

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O Senado Federal aprovou, por 72 votos favoráveis e um contra, a primeira proposta do pacote de corte de gastos do governo, já aprovada pela Câmara dos Deputados. A nova lei complementar proíbe a concessão de novos benefícios fiscais em caso de déficit nos cofres públicos. Os senadores ainda analisam destaques que podem alterar a proposta.

A proposta estabelece que, a partir de 2025, ficam proibidos, em caso de déficit primário:

  • A concessão, ampliação ou prorrogação de incentivos ou benefícios de natureza tributária;
  • O aumento real da despesa de pessoal e encargos acima de 0,6% ao ano até 2030;
  • A utilização de superávit de fundos das Forças Armadas para amortização de dívidas do governo.

A ampliação de gastos só será permitida em casos de calamidade pública, devidamente declarada pelo Congresso Nacional.

Derrubada de pontos polêmicos

Originalmente, o projeto previa o bloqueio de emendas parlamentares em até 15% do total, mas esse trecho foi derrubado, restando apenas a possibilidade de bloqueio ou contingenciamento de emendas de comissão.
Outro ponto controverso foi a derrubada do seguro obrigatório para acidentes de trânsito, o DPVAT. Embora inicialmente mantido no relatório do deputado Átila Lira (PP-PI), a oposição conseguiu eliminar a medida por meio de destaque em plenário.

Impactos no esporte e outros setores

Uma das polêmicas envolve a Lei Geral do Esporte, com validade até 2027, que oferece incentivos fiscais para o treinamento de atletas. Com a proibição de prorrogação de incentivos fiscais em caso de déficit, o setor esportivo poderá ser prejudicado. O governo, no entanto, comprometeu-se a apresentar uma solução em um projeto futuro.
“Vamos resolver para que não haja descontinuidade do treinamento de atletas que dependem desse incentivo”, afirmou o relator no Senado, Jaques Wagner (PT-BA).

Apesar das críticas, o projeto recebeu apoio da oposição. “O PLP vai na direção correta dos cortes de gastos”, declarou o líder da oposição, Rogério Marinho (PL-RN).

Próximos passos

Os senadores aguardam a aprovação pela Câmara dos Deputados de um projeto de lei que limite o reajuste do salário mínimo, além da chegada da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que restringe supersalários, aprovada anteriormente pela Casa.

Acompanhe tudo sobre:Senado FederalNovo arcabouço fiscal

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