Economia

Senado aprova PEC para manter competitividade do etanol

Proposta faz parte do pacote que quer reduzir preço dos combustíveis. Texto segue para Câmara

Senador Fernando Bezerra, relator da PEC dos Precatórios no Senado (Moreira Mariz/Agência Senado/Flickr)

Senador Fernando Bezerra, relator da PEC dos Precatórios no Senado (Moreira Mariz/Agência Senado/Flickr)

AO

Agência O Globo

Publicado em 14 de junho de 2022 às 16h45.

O Senado aprovou nesta terça-feira a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que pretende estimular a competitividade dos biocombustíveis em relação aos concorrentes fósseis, como gasolina e diesel. A iniciativa, que segue para Câmara, faz parte do pacote de propostas para reduzir o preço dos combustíveis diante a alta da inflação e do petróleo.

A PEC do Biocombustível ou do Etanol, como está sendo chamada, tem como objetivo garantir que os itens tenham uma tributação inferior aos combustíveis fósseis para assegurar a competitividade deles. Essa diferença deve ser estabelecida por uma lei complementar.

Leia também: Benefícios fiscais em ano eleitoral podem custar R$ 111,4 bi aos cofres públicos

A proposta é vista como a menos polêmica do que a iniciativa que pretende estabelecer um teto à cobrança do ICMS, aprovada na segunda-feira no Senado, e da PEC dos Combustíveis, que prevê uma compensação aos estados que zerarem o ICMS do diesel, gás de cozinha e transporte público — essa redução seria temporária, só até dezembro de 2022, isto é, justamente no período eleitoral. Segundo o líder do governo no Senado, Carlos Portinho (PL-RJ), essa proposta de emenda à Constituição deve ser votada na semana que vem.

A PEC do Biocombustível, por ser uma proposta de emenda constitucional, precisou ser aprovada em dois turnos. Na primeira votação, recebeu 68 votos favoráveis e nenhum contrário. Já na segunda, foram 72 senadores a favor e nenhum contra.

De acordo com o autor da proposta, senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), enquanto não houver a lei complementar, o diferencial competitivo "será garantido pela manutenção, em termos percentuais, da diferença entre as alíquotas aplicáveis a cada combustível fóssil e aos biocombustíveis que lhe sejam substitutos, em patamar igual ou superior ao vigente em 15 de maio de 2022".

É o que o parlamentar explica na justificativa da matéria. Ele completa:

" Alternativamente ao disposto no caput, quando o diferencial competitivo não for determinado pelas alíquotas, este será garantido pela manutenção do diferencial da carga tributária efetiva entre os combustíveis", completa.

O diferencial entre os biocombustíveis e os fósseis já é previsto atualmente. A ideia, segundo o relator da proposta, senador Fabio Garcia (União-MT), é manter esse estímulo ao etanol.

— O que se busca aqui é pelo menos a manutenção do diferencial tributário existente hoje. O setor não pede nada mais do que a manutenção. Se o governo tem a intenção de ampliar os incentivos fiscais, o texto também não impede — afirmou

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