Homens trabalhando em escritório: "O desafio é encontrar a conjugação de interesses na valorização do trabalho sem que isso signifique perda de competitividade", diz o ministro Carlos Alberto Reis de Paula (Prashanth Vishwanathan / Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 20 de agosto de 2013 às 12h29.
Brasília - O aumento da competitividade do Brasil depende não só de avanços econômicos, mas de sociais, disse hoje (20) o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho. Ele é uma das autoridades que participa hoje do seminário internacional "O Trabalho e a Competitividade no Brasil e no Mundo".
O ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias, e o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade, também compareceram à abertura do evento.
No seminário, serão debatidas as relações de trabalho em diversos países, as tendências e as principais mudanças do mercado de trabalho atual, e a evolução da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), principal lei trabalhista no Brasil, que completa 70 anos em 2013.
O presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), ministro Carlos Alberto Reis de Paula, explicou, na abertura, que a livre iniciativa tem de estar ajustada a uma concorrência global, sem deixar de considerar que o trabalho é o principal instrumento de afirmação das pessoas no mundo.
"O trabalho não pode ser visto como um elemento de redução, podendo ser desvalorizado e precarizado. O desafio é encontrar a conjugação de interesses na valorização do trabalho sem que isso signifique perda de competitividade", observou o presidente do TST. Para ele, apesar dos 70 anos de existência, a CLT é uma legislação que desafia a reflexão.
De acordo com a vice-presidenta da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Carmen Helena Ferreira Foro, é fundamental que haja modernização sindical no Brasil, com amplas condições de organização e de se firmar contratos coletivos de trabalho.
"Sabemos que este ano [em que a CLT completa 70 anos] é de reflexões, mas entendemos que temos de partir daí rumo a caminhos que nos coloquem em patamares mais avançados do que os de hoje, de forma que o avanço da competitividade não signifique prejuízo aos trabalhadores", disse Carmem.