Economia

Sem seleção na Copa, China se destaca por torcedores e patrocinadores

Com o aumento do interesse por futebol, as vendas de voos entre China e Rússia aumentaram 400% e emissoras de TV investiram na transmissão dos jogos

As companhias chinesas investiram aproximadamente 700 milhões de euros em publicidade (Kai Pfaffenbach/Reuters)

As companhias chinesas investiram aproximadamente 700 milhões de euros em publicidade (Kai Pfaffenbach/Reuters)

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EFE

Publicado em 15 de junho de 2018 às 10h00.

Pequim - A seleção chinesa não se classificou para a Copa do Mundo deste ano, mas isso não tirou o entusiasmo do país, que, além de viver a competição de maneira ativa, terá muitos torcedores na Rússia.

A decepção com a seleção chinesa não ter sido classificada para a Copa do Mundo da Rússia não foi suficiente para impedir que vários fãs do futebol viajassem para acompanhar a competição. Já se passaram 16 anos desde a primeira e única vez que a China participou de uma Copa do Mundo, quando se classificou para o campeonato realizado na Coreia do Sul e no Japão, com uma seleção dirigida por Bora Milutinovic, considerado um herói da nação. Mesmo assim, mais de 100 mil chineses irão à Rússia para aproveitar o ambiente e as partidas do torneio de futebol mais prestigiado do mundo em nível de seleções.

Xangai é a cidade que enviou mais torcedores, seguida de Pequim e outras grandes cidades como Cantão e Shenzhen Das 2.403.116 entradas vendidas no mundo todo, 40.251 foram para torcedores chineses, de acordo com o jornal "China Daily", o que dá uma boa ideia do quanto o futebol é admirado no país.

As vendas de voos entre China e Rússia aumentaram 400%, anunciou a Ctrip, o maior serviço de venda de bilhetes online chinês.

Tamanha é a euforia com o torneio que as autoridades chinesas vão fazer uma campanha alertando para os riscos da combinação entre álcool e direção para evitar acidentes de trânsito. Durante a Copa no Brasil, em 2014, foram registrados 459 acidentes na China, com 191 mortes, de acordo a "Xinhua".

Nas Copas anteriores, o fuso horário fazia com que quase todos as partidas fossem de madrugada na China, por isso os torcedores muitas bebiam demais e este foi um dos fatores de muitos acidentes. Teve, inclusive, gente que morreu por fadiga, já que que passou muitas noites sem dormir.

Apesar da ausência da seleção, a China deixará sua marca neste campeonato nos setores comercial e financeiro. As companhias chinesas investiram aproximadamente 700 milhões de euros em publicidade, gastando mais do que o dobro do investido pelos Estados Unidos e muito mais do que os 54 milhões da anfitriã Rússia, segundo o jornal "China Daily".

Além disso, sete empresas chinesas, sendo a Dalian Wanda Group a de maior destaque, são patrocinadoras da Copa da Rússia. Há oito anos, na África do Sul, apenas uma firma deste país patrocinou, e até 2010 a participação era nula.

A Televisão Central Chinesa (CCTV), com cerca de 900 milhões de espectadores, pagou entre 250 e 350 milhões de euros pelos direitos de transmissão das Copas de 2018 e de 2022, nas quais acredita-se que obterá mais de 600 milhões em publicidade, enviando cerca de 70 profissionais para cobrir o evento.

Já a Tencent, a empresa detentora do WeChat (serviço de mensagem chinês), enviará mais de 100 funcionários à Rússia para preparar um estudo nos arredores da capital russa e criar conteúdo através de suas plataformas, contando com o apio da ESPN, anunciou o jornal "South China Morning Post".

O fato é que, de uma maneira ou outra, a Copa estará presente na China, onde é visível o crescente interesse pelo mundo do futebol.

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