Economia

Sem reunião com Trump, chefe da OMC vê "urgência" dos EUA sobre reformas

China, UE e outros 15 membros da OMC já concordaram em criar um mecanismo temporário para resolver disputas comerciais, depois de uma ação dos EUA

OMC: representante da organização está nos EUA, mas não tem reunião com Trump (Jonathan Ernst/Reuters)

OMC: representante da organização está nos EUA, mas não tem reunião com Trump (Jonathan Ernst/Reuters)

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Reuters

Publicado em 4 de fevereiro de 2020 às 15h10.

Washington - O diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Roberto Azevêdo, disse nesta terça-feira que não se encontrará com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante sua atual visita a Washington, mas acredita que as autoridades norte-americanas compartilham um senso de urgência sobre a reforma do órgão comercial global.

Azevêdo disse que está em contato constante com o escritório do Representante de Comércio dos EUA e que pode retornar a Washington se uma reunião com Trump ou outras autoridades for marcada.

"Há um senso de urgência aqui também", disse Azevêdo em uma conferência organizada pela Associação Internacional de Comércio de Washington (Wita), ressaltando a necessidade de mudanças estruturais na OMC para refletir os desenvolvimentos econômicos globais, incluindo a ascensão da China e o surgimento da economia digital.

Azevêdo disse que Trump deixou claro durante uma reunião no Fórum Econômico Mundial em Davos, Suíça, no mês passado, que queria ver a OMC mudar e disse que havia sido convidado a Washington para discutir o quão profunda seria essa reforma.

Mas Azevêdo disse que não se reunirá com o representante comercial dos EUA, Robert Lighthizer, ou Trump durante esta visita para participar da conferência.

"Eu vim aqui para este evento. Isso não significa que não posso voltar. Preciso que alguém me diga: 'Este é o momento'", disse ele, acrescentando que as autoridades norte-americanas estavam engajadas politicamente, mas que é necessário "transformar essas ideias em ação concreta".

A União Europeia, a China e outros 15 membros da Organização Mundial do Comércio concordaram no mês passado em criar um mecanismo temporário para resolver disputas comerciais depois que uma ação dos EUA tornou a OMC incapaz de atuar como árbitro do comércio global.

Washington congelou o Órgão de Apelação, que atua como um tribunal supremo para o comércio internacional, bloqueando as nomeações por mais de dois anos. Dois dos três membros do órgão completaram seus mandatos em dezembro, deixando-o incapaz de emitir decisões.

Azevêdo descreveu seu encontro com Trump em Davos como "superficial", como é geralmente o caso da reunião com líderes de Estado, mas disse que o presidente dos EUA estava claramente convencido da necessidade de reformar a OMC.

Azevêdo disse que os membros da OMC estão trabalhando em uma série de questões, incluindo a resolução de preocupações sobre subsídios à pesca e comércio eletrônico. Alguns desses acordos podem estar prontos a tempo para uma conferência ministerial no Cazaquistão, disse ele.

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