Economia

Sem reforma da Previdência, não haverá ajuste fiscal, diz Mansueto

Secretário do Tesouro Nacional diz que gasto com o setor sairá de 8,5% do PIB para 17,5% em 2060 se regras forem mantidas

Previdência: Reforma está sendo estruturada pelo governo (INSS/Agência Brasil)

Previdência: Reforma está sendo estruturada pelo governo (INSS/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 29 de janeiro de 2019 às 16h30.

Última atualização em 29 de janeiro de 2019 às 16h35.

O secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, repetiu nesta terça-feira, 29, que se não houver Reforma da Previdência situação do déficit nas contas do governo central se agravará. "Sem a reforma não haverá ajuste fiscal. E essa lógica sobre Previdência vale também para Estados. Temos oportunidade de fazer debate profundo sobre regras da Previdência", avaliou.

Segundo ele, o déficit do Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) ficou em torno de R$ 90 bilhões no ano passado, sendo de R$ 46 bilhões para os servidores civis e de em torno de R$ 43 bilhões para os militares em 2018.

"Há espaço para um bom debate político. A reforma da Previdência é necessária", reforçou.

Mansueto disse que o gasto com a Previdência Social sairá de 8,5% do Produto Interno Bruto (PIB) para 17,5% do PIB em 2060 se as regras atuais das aposentadorias forem mantidas.

O resultado do INSS foi um déficit de R$ 195,197 bilhões no ano passado, ante um saldo negativo de R$ 182,450 bilhões em 2017. Só em dezembro, o resultado foi negativo em R$ 8,893 bilhões.

Mansueto detalhou que o governo federal gastou mais em Saúde e Educação no ano passado do que os mínimos constitucionais das duas áreas.

"O governo gastou R$ 64,4 bilhões em despesas de Educação sujeitas a mínimo, enquanto o piso era R$ 50,5 bilhões. Na Saúde, as despesas somaram R$ 116,8 bilhões, enquanto o mínimo era R$ 112,3 bilhões", afirmou. "Em áreas essenciais, o governo gastou acima do mínimo constitucional", completou.

Governo cumpre teto de gastos com folga de R$ 60 bilhões

Os poderes federais cumpriram, com folga de R$ 60 bilhões, o teto de gastos em 2018, segundo divulgado pelo Tesouro Nacional. No ano passado, Executivo, Legislativo, Judiciário, Ministério Público da União e Defensoria Pública da União gastaram R$ 1,288 trilhão, contra limite de R$ 1,348 trilhão.

A diferença de R$ 60 bilhões, em tese dá mais margem de manobra para a União cumprir o teto de gastos para 2019, fixado em R$ 1,407 trilhão. No entanto, o Tesouro Nacional esclareceu que a maior parte da folga será usada para o pagamento de despesas obrigatórias.

Embora o Orçamento Geral da União de 2019 tenha elevado em R$ 119 bilhões o limite de despesas sujeitas ao teto de gastos, o Tesouro informou que a maior parte desse valor cobrirá gastos obrigatórios, que crescerão R$ 124 bilhões. Enquanto isso, as despesas discricionárias (não obrigatórias) cairão R$ 5 bilhões este ano em relação ao executado no ano passado.

Acompanhe tudo sobre:Previdência SocialReforma da PrevidênciaTesouro Nacional

Mais de Economia

Câmara aprova isenção de imposto de importação para medicamentos

Haddad confirma envio de PEC sobre revisão de gastos

BNDES vai financiar projetos de saneamento e mobilidade com FGTS