Economia

Sem Refis, arrecadação teria queda de 2,43% em agosto

Segundo os dados divulgados nesta terça-feira, 23, pela Receita Federal, o Refis ajudou a melhorar o desempenho de vários tributos


	Dinheiro: sem Refis, arrecadação teria amargado queda de 2,43% em relação a agosto de 2013
 (Marcos Santos/USP Imagens)

Dinheiro: sem Refis, arrecadação teria amargado queda de 2,43% em relação a agosto de 2013 (Marcos Santos/USP Imagens)

DR

Da Redação

Publicado em 23 de setembro de 2014 às 15h39.

Brasília - A arrecadação de tributos federais em agosto só foi recorde em função do programa de parcelamento de débitos (Refis).

Sem as receitas extraordinárias de R$ 7,130 bilhões, ao invés de um crescimento real de 5,54%, a arrecadação teria amargado uma queda de 2,43% em relação a agosto de 2013.

Segundo os dados divulgados nesta terça-feira, 23, pela Receita Federal, o Refis ajudou a melhorar o desempenho de vários tributos.

O recolhimento de IPI-outros aumentou 11,59% em relação a agosto do ano passado também em função da recomposição parcial de alíquotas incidentes sobre móveis e linha branca. A arrecadação do IRPJ e da CSLL também foi reforçada pelo Refis.

O pagamento de IRPJ cresceu no mês passado 19,88% e da CSLL, 25,83%. Também teve ajuda do parcelamento o pagamento de Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF-outros), que teve alta de 48,33%.

Por outro lado, a arrecadação de PIS caiu 5,38% e a da Cofins, 5,96%. A queda é explicada pela redução das vendas de julho e da alteração da base de cálculo do PIS/Cofins-Importação.

A arrecadação de IOF subiu 6,17% em agosto e o Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) aumentou 21,71%.

Receitas administradas

A arrecadação das receitas administradas pela Receita Federal somou R$ 742,860 bilhões de janeiro a agosto de 2014, o que representa uma alta real de 0,46% ante os R$ 696,421 bilhões arrecadados no mesmo período do ano passado.

Esse resultado, segundo a Receita Federal, é explicado por vários fatores, como a arrecadação de R$ 7,130 bilhões com o Refis e a redução na arrecadação do IRPJ/CSLL, principalmente em janeiro e fevereiro.

Além disso, contribuíram para esse resultado a arrecadação extraordinária, em maio, de cerca de R$ 4 bilhões referente a Cofins/PIS e IRPJ/CSLL, e as desonerações tributárias.

Os indicadores macroeconômicos - como produção industrial, venda de bens e serviços, massa salarial e valor em dólar das exportações - também impactaram o resultado do acumulado do ano até agosto.

A arrecadação com IRPJ caiu 2,46% e somou, de janeiro a agosto deste ano, R$ 88,014 bilhões. A CSLL caiu 0,12% e ficou em R$ 46,908 bilhões.

Além da arrecadação extraordinária de R$ 3 bilhões em maio, colaboraram para esse resultado, segundo a Receita, a diferença de cerca de R$ 4 bilhões de pagamentos efetuados por meio de compensações tributárias e o recolhimento com o Refis.

Com IOF, a arrecadação caiu 6,36% no acumulado do ano e somou R$ 19,441 bilhões.

Com Cofins, a queda foi de 3,8% no período e o recolhimento somou R$ 128,679 bilhões. Com PIS/Pasep, houve queda de 3,14% e a arrecadação ficou em R$ 34,423 bilhões.

O recolhimento de Imposto de Importação somou, no acumulado do ano, R$ 24,385 bilhões e caiu 4,67% ante o mesmo período do ano passado. O IPI-Vinculado somou R$ 9,915 bilhões e recuou 4,33% na mesma base de comparação.

A arrecadação com IPI-Automóveis subiu 13,02% e ficou em R$ 2,852 bilhões.

Segundo a Receita, isso é resultado da recomposição gradual da alíquota do IPI para automóveis e da redução no volume de vendas ao mercado interno.

Com IPI-Outros, o recolhimento subiu 4,72% e somou R$ 13,971 bilhões no período.

Acompanhe tudo sobre:ImpostosLeãoOrçamento federalReceita Federal

Mais de Economia

Balança comercial tem superávit de US$ 5,9 bi em junho; governo reduz projeção de saldo positivo

STF ajuda a fortalecer as instituições, diz Haddad sobre IOF

AGU diz que decisão de Moraes sobre IOF reafirma compromisso por separação de Poderes

Motta diz que decisão de Moraes mantendo IOF sem alta está em 'sintonia com a Câmara'