Economia

Sem IPI, carro 1.0 volta a ganhar mercado após 5 meses

Foram emplacados 121.921 automóveis com motor 1.0 em junho, o que representa 44,39% do total de unidades negociadas no mês

Carros novos: em dezembro de 2011, haviam sido emplacados 113.729 veículos 1.0, ou 45,23% do total. (Reuters / Paulo Whitaker)

Carros novos: em dezembro de 2011, haviam sido emplacados 113.729 veículos 1.0, ou 45,23% do total. (Reuters / Paulo Whitaker)

DR

Da Redação

Publicado em 4 de julho de 2012 às 10h35.

São Paulo - Os automóveis com motor 1.0 voltaram, em junho, a aumentar sua participação no total de vendas de veículos, após cinco meses de queda contínua e depois de atingir uma baixa histórica em maio. De acordo com dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) divulgados na terça-feira, foram emplacados 121.921 automóveis com motor 1.0 em junho, o que representa 44,39% do total de unidades negociadas no mês. Em maio, a porcentagem era de 39,51%. Em dezembro de 2011, haviam sido emplacados 113.729 veículos 1.0, ou 45,23% do total.

A série histórica da Fenabrave mostra que a participação dos carros 1.0 no total de emplacamentos era de 51,58% em fevereiro de 2010, início da série de vendas por motorização. No mês seguinte, a participação foi de 54% - melhor resultado da série.

De acordo com especialistas do setor, o aumento da participação dos automóveis de menor cilindrada está ligado à política de redução tributária para o setor automotivo estabelecida pelo governo federal no final de maio. O pacote estipulou redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para automóveis, com isenção para os veículos com motor 1.0. Para cilindradas maiores, o IPI caiu menos.


Andre Beer, ex-presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) e consultor da Andre Beer Consult & Associados, diz que o desempenho do mercado depende do preço. "A relação entre os preços dos dois tipos de carro era menor antes do pacote do IPI. Como o 1.0 teve isenção e os motores com maior cilindrada apenas uma redução, a distância aumentou", afirma. "O consumidor reage de imediato à questão do preço", diz.

Para o professor de economia do curso de Administração da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) Eduardo Balian, a tendência, cada vez mais, é os veículos 1.0 perderem espaço no mercado. Além da concorrência com os carros importados, o avanço na tecnologia de motores tornou os preços dos veículos de maior cilindrada competitivos. "A diferença entre preços vem caindo e hoje existe uma maior diversidade de lançamentos", diz.

A tabela de preços da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) - de maio, antes do IPI reduzido - mostra que um carro Fox Mi Total Flex, cinco portas, por exemplo, tem uma diferença de R$ 3.237 do modelo com motor 1.6 para o 1.0 - o equivalente a 9,59% no preço. "Com crédito e uma renda maior, o consumidor opta pagar um pouquinho mais e comprar um carro melhor", afirma.

Acompanhe tudo sobre:AutoindústriaCarrosImpostosIncentivos fiscaisIPILeãoVeículos

Mais de Economia

Pacheco afirma que corte de gastos será discutido logo após Reforma Tributária

Haddad: reação do governo aos comentários do CEO global do Carrefour é “justificada”

Contas externas têm saldo negativo de US$ 5,88 bilhões em outubro

Mais energia nuclear para garantir a transição energética