Economia

Selic subirá a 14,5% ao ano para acelerar ajuste econômico

A justificativa é que quando a autoridade monetária diz que a taxa vai ficar alta, está sinalizando que mais à frente o juro vai cair


	A justificativa é que quando a autoridade monetária diz que a taxa vai ficar alta, está sinalizando que mais à frente o juro vai cair
 (Arquivo/Agência Brasil)

A justificativa é que quando a autoridade monetária diz que a taxa vai ficar alta, está sinalizando que mais à frente o juro vai cair (Arquivo/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 17 de maio de 2015 às 12h56.

São Paulo - Banco Central (BC) deverá elevar para 14,5% a taxa nominal de juros neste ano. Essa é a previsão do economista-chefe da Gradual Investimento, André Perfeito.

A justificativa do economista para uma previsão de juro tão alta é que quando a autoridade monetária diz que a taxa de referência da economia vai ficar alta, simultaneamente está sinalizando que mais à frente o juro vai cair.

E, de acordo com Perfeito, quando o mercado passa acreditar que a taxa de juro vai cair, ele tende a ficar prefixado e não pós-fixado.

Esse raciocínio, que de acordo com Perfeito, deve ser o mesmo dos diretores do BC, contribuirá para que o ajuste da economia brasileira seja mais rápido. Porque com todo mundo comprando ativos no Brasil, entra mais dinheiro, o que ajuda a resolver uma série de problemas.

Por isso, de acordo com o economista da Gradual Investimento, apesar do pessimismo interno com relação à economia brasileira há um interesse muito grande dos estrangeiros nos ativos brasileiros.

"As nossas taxas de retorno continuam muito apetitosas para clientes estrangeiros", disse. Há problemas de regulamentação, incertezas, admite Perfeito. Mas de acordo com ele, quando os brasileiros perceberem que o ajuste será duro, mas de curto prazo, a situação vai melhorar, a incerteza vai se dissipar e até mesmo os empresários brasileiros voltarão a investir.

"No ano que e vem teremos jogos olímpicos no Brasil", diz o economista apostando numa mudança de percepção do brasileiro em relação à economia.

O Brasil, de acordo com Perfeito não vai perder o grau de investimento porque os estrangeiros não vão permitir. "Se perdermos o nosso investment grade, os estrangeiros não vão poder comprar títulos brasileiros e eles não querem isso", disse para uma plateia de cerca de 500 pessoas durante o seminário da GoOn Consultoria de Risco de Crédito, realizado na semana passada.

"Os estrangeiros estão comprando e vão continuar comprando. O investimento direto estava em US$ 60 bilhões e continuou. O investment grade nosso não vai cair porque todo mundo quer continuar comprando. Se tirarem o investment grade não vão poder continuar comprando e o Brasil dá muito dinheiro. A nossa taxa de juros real está muito alta. Nos últimos 12 meses, só em juros, o Brasil pagou 11,5%. O rand sul-africano, a segunda moeda que mais se valorizou no mundo, pagou 6,1% em juro nos últimos 12 meses", disse o economista.

Perfeito acredita que o ajuste econômico da economia brasileira será tão rápido que já projeta a taxa básica de juros caindo em 2016 para 11% do patamar de 14,5% esperado para este ano pela Gradual Investimento.

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