Há um mês, o porcentual já era de 13,75%. Da mesma forma, a mediana para a Selic no final de 2023 permaneceu em 11,00%, de 10,50% quatro semanas antes. (Edson Souza/iStockphoto)
Estadão Conteúdo
Publicado em 8 de agosto de 2022 às 10h33.
Após a sinalização do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de que o ciclo de alta de juros pode estar perto do fim, a projeção para a taxa Selic no fim de 2022 continuou em 13,75% no Boletim Focus, seu atual patamar. Há um mês, o porcentual já era de 13,75%. Da mesma forma, a mediana para a Selic no final de 2023 permaneceu em 11,00%, de 10,50% quatro semanas antes.
Considerando apenas as 42 respostas nos últimos cinco dias úteis a expectativa para o juro básico no fim deste ano cedeu de 14 00% para 13,75%. Para o término de 2023, as 40 revisões feitas nos últimos cinco dias úteis não alteraram a mediana de 11,00%.
No Copom da semana passada, a Selic subiu 0,50 ponto porcentual, de 13,25% para 13,75% e o colegiado disse que vai avaliar a necessidade de uma alta adicional, de 0,25pp, em setembro. O comitê deu ênfase à projeção de 3,5% para o 1º trimestre de 2024 livre das distorções causadas pelas desonerações em itens como combustíveis e energia, embora o horizonte relevante ainda considere com maior peso a inflação de 2023.
"O Comitê avaliará a necessidade de um ajuste residual, de menor magnitude, em sua próxima reunião. O Copom enfatiza que seguirá vigilante e que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados para assegurar a convergência da inflação para suas metas", afirmou o colegiado.
Conforme o Boletim Focus, a previsão para a Selic no fim de 2024 continuou em 8,00%, mesmo porcentual de um mês atrás. Já a mediana para o fim de 2025 foi mantida em 7,50%, repetindo a taxa de quatro semanas antes.
A projeção para a alta do Produto Interno Bruto (PIB) em 2022 avançou de 1,97% para 1,98%. Há um mês, o aumento esperado era de 1,59%. Já a estimativa para a expansão do PIB em 2023 continuou em 0,40% ante 0,50% um mês antes.
O Relatório de Mercado Focus também mostrou hoje manutenção na projeção para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para 2022. A mediana continuou em 59,15%, de 59,00% há um mês.
O relatório trouxe ainda estabilidade na perspectiva para a relação entre o resultado primário e o PIB deste ano, com o mercado prevendo superávit de 0,30%. Há um mês, a mediana era positiva em 0,10%. Já a relação entre déficit nominal e PIB em 2022 continuou em 6,80% ante 6,70% de quatro semanas antes.
O resultado primário reflete o saldo entre receitas e despesas do governo, antes do pagamento dos juros da dívida pública. Já o resultado nominal reflete o saldo já após as despesas com juros.
Em relação a 2023, a estimativa para a dívida líquida em relação ao PIB caiu ligeiramente, de 63,80% para 63,70%, de 62,00% há um mês. A mediana para o déficit primário permaneceu em 0,30% do PIB. Para o rombo nominal, a estimativa continuou em 7,70%. Os porcentuais eram negativos em 0,20% e 7,60%, respectivamente, há quatro semanas.
Os economistas do mercado financeiro elevaram a estimativa de superávit da balança comercial em 2022 de US$ 67,20 bilhões para US$ 68,03 bilhões, ante US$ 70,00 bilhões de um mês atrás, segundo a pesquisa Focus. Para 2023, a projeção continuou em US$ 60,00 bilhões, de US$ 60,71 bilhões há quatro semanas.
No caso da projeção de déficit em conta corrente do balanço de pagamentos em 2022, a mediana continuou em US$ 18,00 bilhões, repetindo a expectativa de um mês atrás. Em 2023, a projeção para o rombo em transações correntes passou de US$ 29,00 bilhões para US$ 30,00 bilhões. Há um mês, a expectativa era deficitária em US$ 32,30 bilhões.
Para os analistas consultados semanalmente pelo BC, o ingresso de Investimento Direto no País (IDP) será suficiente para cobrir o rombo em transações correntes nesses anos. A mediana das previsões para o IDP em 2022 passou de US$ 56,25 bilhões para US$ 57,20 bilhões, ante US$ 58,40 bilhões de um mês atrás. Para 2023, passou de US$ 60,50 bilhões para US$ 61,00 bilhões, de US$ 66,15 bilhões há quatro semanas.
O Relatório de Mercado Focus trouxe manutenção no cenário da moeda norte-americana em 2022 e 2023. A estimativa para o câmbio este ano continuou em R$ 5,20, ante R$ 5,13 um mês antes. Para 2023, também permaneceu em R$ 5,20, de R$ 5,10 quatro semanas atrás. A projeção anual de câmbio publicada no Focus é calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não mais no valor projetado para o último dia útil de cada ano, como era até 2020. Com isso, o BC espera trazer maior precisão para as projeções cambiais do mercado financeiro.
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