Economia

Selic deve atingir mínima de 4,5% esta semana, mas corte pode ser último

Taxa de juros já está ma mínima recorde — em 5% — e deve ser reduzida mais uma vez nesta semana, na última reunião do Copom do ano

Dinheiro; real (Priscila Zambotto/Getty Images)

Dinheiro; real (Priscila Zambotto/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 9 de dezembro de 2019 às 13h42.

Brasília — O Banco Central reduzirá a taxa básica de juros da economia, a Selic, para uma nova mínima de 4,50% ao ano na quarta-feira, de acordo com previsão unânime de economistas em uma pesquisa da Reuters e com uma indicação do próprio presidente do órgão, Roberto Campos Neto, mas dados econômicos mais fortes do que o esperado sugerem que este pode ser o último corte do ciclo.

Ao mesmo tempo que a inflação está bem abaixo da meta perseguida pelo BC e com expectativa de que assim permaneça no próximo ano, o crescimento acelerou, sugerindo que a economia está começando a responder ao estímulo monetário e às reformas econômicas do governo.

Todos os 30 economistas consultados ​​disseram que o Comitê de Política Monetária (Copom) reduzirá a Selic em 0,50 ponto percentual pela quarta reunião consecutiva esta semana, como claramente indicado pelo Copom em sua última reunião, em outubro.

Mas as perspectivas mudaram consideravelmente. A expectativa unânime de taxas ainda mais baixas nos próximos 12 meses na pesquisa anterior se evaporou, e sequer há visão majoritária de que a inclinação é para Selic mais baixa.

Dos 26 analistas que responderam a pesquisa, 13 disseram que a inclinação para o juro no próximo ano é para baixo, dez afirmaram ser neutra e três consideraram que é de alta.

Em outubro, todos os 25 economistas consultados disseram que as taxas ficariam mais baixas em um ano.

O Copom deve anunciar sua decisão a partir de 18h (de Brasília) da quarta-feira, ao fim de uma reunião de dois dias.

"Não vejo o Copom cortando (o juro) abaixo de 4,50%", disse William Jackson, economista-chefe para mercados emergentes da Capital Economics.

"(Mas) embora a economia esteja se recuperando, não estará crescendo rápido o suficiente para gerar pressões sustentadas nos preços, então não creio que haja motivos para aperto monetário nos próximos 12 meses", acrescentou.

O fator decisivo para a inflexão parece ter sido os dados do PIB do terceiro trimestre divulgados semana passada, os quais mostraram que a economia avançou 0,6% no trimestre. O número veio melhor que o esperado, sendo o mais forte desde o início do ano passado, e levou alguns economistas a elevar suas projeções de crescimento para o próximo ano para acima da marca de 2,0%.

A inflação permanece bem contida, sem sinal de que a alta do dólar a recordes em relação ao real esteja alimentando preços mais altos ou expectativas de inflação mais altas.

No comunicado que acompanhou a decisão de corte da Selic em outubro, o Copom disse que a perspectiva benigna para a inflação "deverá permitir um ajuste adicional, de igual magnitude", dos juros.

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