Economia

Selic de um dígito veio para ficar, avalia Santander

Na opinião do presidente do banco Santander, Marcial Portela Brasil não voltará a ter, no cenário atual, juros de dois dígitos


	 "Isso deve continuar. Até agora, tem sido bem-feito, de forma que não tem afetado a inflação do País", observou Portela
 (Exame)

 "Isso deve continuar. Até agora, tem sido bem-feito, de forma que não tem afetado a inflação do País", observou Portela (Exame)

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Da Redação

Publicado em 25 de outubro de 2012 às 12h50.

São Paulo - A taxa de juros básicos do País - a Selic - de um dígito veio para ficar, na opinião do presidente do banco Santander, Marcial Portela. Na opinião do executivo, o Brasil não voltará a ter, no cenário atual, juros de dois dígitos.

Nesse novo ambiente, terá de ser falado sobre compulsório apesar da boa atuação do Banco Central em liberar aos poucos esses depósitos, explicou. "Isso deve continuar. Até agora, tem sido bem-feito, de forma que não tem afetado a inflação do País", observou Portela.

Outro tema que terá de ser tratado nessa situação é a remuneração dos depósitos, que ainda é "muito indexada". "Na prática, a evolução do mercado levará para essa desindexação, na qual teremos spreads de produtos normalizados", destacou Portela.

O executivo avalia que a sociedade brasileira deve vivenciar uma normalização do sistema financeiro em meio à queda dos juros básicos do País, que, segundo ele, além de robusto, é bem gerido pelos bancos privados. "A indústria financeira vai saber como fazer essa transição", observou Portela.

Essa "normalização" do sistema vai implicar, conforme o presidente do Santander, em spreads menores, inadimplência bem abaixo do que tem sido nos últimos anos e com custos menores. Mais do que despesas mais baixas, Portela destacou a necessidade de se ter uma maior eficiência e, portanto, uma receita maior.

De acordo com Portela, o mercado não trabalhará mais tão focado no crédito, mas também em outros segmentos, ampliando o seu leque de produtos, para serviços de funding e seguros. "Os mesmos níveis de custo deverão permitir maior distribuição de serviço. Devemos ter um nível mais eficiente que no passado", avaliou ele.

Sobre a concorrência do sistema bancário, Portella disse que nunca viu uma concorrência tão acirrada como a do Brasil. "Desde que cheguei aqui, vi que os bancos brasileiros privados e estatais têm um nível de concorrência superior ao de outros países", ressaltou, lembrando que o Santander está "preparado para esta concorrência".

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