Economia

Secretário do Tesouro português pede demissão por escândalo

Demissão ocorre após suspeitas de secretário ter ajudado a maquiar contas do país para reduzir déficit público


	Lisboa, em Portugal: Joaquim Pais Jorge afirma que renuncia ao cargo para evitar "polêmicas"
 (Getty Images)

Lisboa, em Portugal: Joaquim Pais Jorge afirma que renuncia ao cargo para evitar "polêmicas" (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 7 de agosto de 2013 às 13h22.

Lisboa - O secretário do Tesouro português pediu demissão após as suspeitas de ter ajudado a maquiar as contas do país para reduzir o déficit público durante vários anos, antes de ser obrigado a pedir ajuda internacional.

Joaquim Pais Jorge afirma na carta de demissão que renuncia ao cargo para evitar que as "polêmicas sobre seu passado profissional possam ser utilizadas contra o governo".

Pais Jorge, designado no fim de julho como secretário de Estado do Tesouro, teve cargos de direção no banco americano Citibank em Portugal de 1990 a 2009.

De acordo com a revista "Visão", Pais Jorge participou em 2005 em negociações com autoridades do governo socialista de então para propor contratos de "swaps" que teriam permitido ao Estado apresentar na contabilidade um déficit público reduzido de 370 milhões de euros em 2005 e de 450 milhões em 2006.

O banco Goldman Sachs assinou no início dos anos 2000 contratos deste tipo com a Grécia para ajudar a reduzir o nível de déficit do país.

A princípio, Pais Jorge negou participação em tais discussões e garantiu que não teve qualquer responsabilidade na elaboração de contratos.

Mas o canal Sic Noticias revelou recentemente a existência de uma proposta escrita do Citibank à Agência Portuguesa da Dívida, na qual Pais Jorge aparece como um dos principais negociadores.

Assim, ele optou por pedir demissão, apesar de garantir que o documento apresentado pela emissora é falso.

"É uma atuação política intolerável", disse.

Portugal, sob assistência financeira internacional desde maio de 2011, acaba de superar uma crise política que contribuiu para debilitar sua credibilidade tanto ante a comunidade internacional como com sua opinião pública.

A oposição de esquerda aproveitou o caso para reclamar não apenas a saída do secretário do Tesouro, mas de todo o governo.

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