Economia

Se taxa Selic subir, rendimento da poupança deve mudar

Atualmente, a Selic está em 8,5% ao ano e a expectativa das instituições consultadas pelo Banco Central (BC) é elevação de 0,5%


	Economia pessoal: o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC vai anunciar hoje (28) à noite a decisão sobre o valor da Selic
 (Carla Gottgens / Bloomberg/Bloomberg)

Economia pessoal: o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC vai anunciar hoje (28) à noite a decisão sobre o valor da Selic (Carla Gottgens / Bloomberg/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 28 de agosto de 2013 às 12h24.

Brasília – A poupança pode voltar a ter a remuneração antiga a partir de amanhã (29). Isso vai acontecer se a taxa básica de juros, a Selic, for elevada como esperam analistas do mercado financeiro. Atualmente, a Selic está em 8,5% ao ano e a expectativa das instituições consultadas pelo Banco Central (BC) é elevação de 0,5%.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do BC vai anunciar hoje (28) à noite a decisão sobre o valor da Selic.

No ano passado, o governo mudou a regra de remuneração da poupança. Manteve o rendimento de 0,5% ao mês (6,17% ao ano) mais Taxa Referencial (TR) com taxa básica de juros (Selic) acima de 8,5%, e determinou que, quando os juros básicos da economia estiverem iguais ou inferiores a 8,5% ao ano, a caderneta rende 70% da Selic mais a TR.

Para o diretor executivo de Estudos e Pesquisas Econômicas da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), Miguel José Ribeiro de Oliveira, mesmo com a elevação da taxa básica de juros para 9% ao ano, os rendimentos da poupança vão continuar “interessantes” quando comparados com os fundos de renda fixa.

Segundo ele, isso ocorre porque a caderneta de poupança tem ganho garantido por lei (TR + 6,17% ao ano) e não tem qualquer tributação. Os fundos de renda fixa têm tributação do Imposto de Renda sobre seus rendimentos. Quanto menor o prazo de resgate, maior a tributação. Além disso, no caso dos fundos, os bancos cobram taxas de administração.

A Anefac fez simulações de rendimento para uma aplicação financeira de R$ 10 mil, mantida pelo prazo de 12 meses, com a taxa Selic estável em 9% ao ano. Na poupança, o rendimento ficaria em R$ 668.

No fundo de investimentos, com taxa de administração de 0,5% ao ano, o rendimento ficaria em R$ 693. Com taxas de administração maiores, os rendimentos são menores. No caso da taxa de 1% ao ano, o rendimento ficou em R$ 655. Se a taxa for 2,5% ao ano, o rendimento do fundo ficaria em 541. E na simulação com taxa de administração 3% ao ano, a remuneração cairia para R$ 503.


No caso do Certificado de Depósitos Bancários (CDB), que também tem cobrança de imposto de renda, o investidor teria que obter taxa de juros de cerca de 85% do CDI (Certificado de Depósito Interbancário, que tem taxas similares aos juros básicos) para atingir o mesmo ganho obtido com a poupança.

A Anefac também analisou o efeito da possível elevação da Selic nas taxas de juros cobradas nas operações de crédito. Para a associação, seja qual for a elevação da Selic, haverá pouco impacto nas taxas de juros. Segundo Oliveira, a competição no sistema financeiro – depois da forte redução de juros pelos bancos públicos, e a expectativa de queda na inadimplência podem fazer com que algumas instituições financeiras não alterem suas taxas de juros.

De acordo com a simulação da Anefac, se a Selic for realmente elevada para 9% ao ano, a taxa média de juros passaria de 5,48% para 5,52% ao mês.

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