Economia

Se imposto fortalecer o país, população entenderá, diz Levy

Levy ressaltou que a presidente não deixa de tomar medidas por medo de queda de popularidade e que o governo se empenha em atingir superávit de 0,7% do PIB


	O ministro da Fazenda, Joaquim Levy: em entrevista coletiva nesta tarde, Levy disse que o governo não pode agir sozinho e que a sociedade tem que entender a importância de se colocar as contas fiscais em ordem
 (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy: em entrevista coletiva nesta tarde, Levy disse que o governo não pode agir sozinho e que a sociedade tem que entender a importância de se colocar as contas fiscais em ordem (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 10 de setembro de 2015 às 17h23.

Brasília - O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou que as pessoas vão entender se tiverem que pagar mais impostos para tornar o País mais forte.

Levy ressaltou que a presidente Dilma Rousseff não deixa de tomar medidas por haver possibilidade de uma queda de popularidade e que o governo está empenhado em atingir meta de superávit de 0,7% do PIB.

Em entrevista coletiva nesta tarde, Levy disse que o governo não pode agir sozinho e que a sociedade tem que entender a importância de se colocar as contas fiscais em ordem.

"Se tiver que pagar um pouquinho de imposto para sermos vistos como País forte, as pessoas entenderão", afirmou.

O ministro frisou a responsabilidade da presidente Dilma na tomada de decisões. Segundo ele, a petista já vem tomando decisões que, por exemplo, geraram alta de preços administrados.

"Por isso que a presidente falou que vai tomar as medidas para isso (colocar as contas em ordem). E já até tomou (medidas) e nem todas têm refletido na popularidade dela", disse.

O ministro ressaltou que, "se precisar pedir a sociedade, empresas e famílias que façam um esforço adicional para ajudar o Brasil a chegar aonde quer chegar, tenho certeza que a presidente vai fazer a proposta".

Levy afirmou que essa discussão será o programa de governo para as próximas semanas.

Para o ministro, as ações do governo já têm surtido efeito. "Pela primeira vez, vimos uma contribuição positiva do setor externo. A balança, que tinha perdas, agora está no azul, porque o governo tomou as medidas necessárias no começo do ano. Com relação ao câmbio, o ministro disse que "estávamos vendo o déficit com o resto do mundo piorando e deixamos o câmbio flutuar, estamos vendo o déficit diminuindo".

Rebaixamento

Após o rebaixamento do grau de investimento pela agência de risco do Brasil pela Standard & Poor's, o ministro ressaltou que a economia brasileira precisa sofrer reengenharia para se adaptar ao cenário mundial.

O dirigente da Fazenda ressaltou a necessidade de retomar o crescimento e a adaptação às novas conjunturas. "Temos reformas estruturais para botar o País pronto para responder ao novo ambiente", disse.

Por diversas vezes durante a coletiva de imprensa, que contou com uma fala improvisada do ministro, que não planejava fazer uma explanação inicial, Levy ressaltou a reforma do ICMS e do PIS/Cofins como componentes importantes para o fortalecimento da economia. "Outra reforma importante é a do PIS/Cofins, que atinge praticamente todas as empresas."

O ministro também fez questão de ponderar o equilíbrio entre as despesas discricionárias e obrigatórias. "É claro que há intenção de fazer equilíbrio e corte de despesas e temos que olhar as (despesas) discricionárias e obrigatórias", afirmou.

Ao defender a reforma do PIS/Cofins, Levy ponderou que as mudanças permitirão que as empresas sejam mais transparentes e transversais. Para o ministro, a reforma irá simplificar o pagamento de imposto e proporcionará mais segurança jurídica.

O dirigente da Fazenda reconheceu os problemas do sistema tributário. "O sistema é complicado e sempre há dúvidas", frisou.

Fazendo uma referência ao Congresso, Levy afirmou que as reformas estruturais que estão sendo conversadas com o Legislativo são necessárias para a economia reagir ao novo ambiente econômico.

Em mais uma referência à necessidade de uma ponte fiscal, o ministro ressaltou que essa ponte será construída com uma economia além dos R$ 80 bilhões do contingenciamento orçamentário anunciado este ano.

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