Economia

Se greve na Petrobras afetar produção, combustível pode acabar em 10 dias

Diretor da ANP garante que, até o momento, a produção e o refino estão normais; paralisação na estatal já dura 18 dias

Petrobras: petroleiros estão em greve desde o começo de fevereiro e manifestam contra demissões na estatal (Sergio Moraes/Reuters)

Petrobras: petroleiros estão em greve desde o começo de fevereiro e manifestam contra demissões na estatal (Sergio Moraes/Reuters)

AO

Agência O Globo

Publicado em 18 de fevereiro de 2020 às 19h10.

Rio de Janeiro — Caso a greve dos petroleiros, que completa 18 dias nesta terça-feira, venha a afetar o refino e a entrega de derivados, as distribuidoras têm estoque médio de oito a dez dias de combustíveis líquidos como gasolina, diesel e álcool, e outros três dias de GLP, o gás de cozinha.

A informação é do diretor da Agência Nacional do Petróleo (ANP) Felipe  Kury, segundo o qual o abastecimento até o momento está totalmente normal.

- A gente acompanha, diariamente, através do escritório  de crise da Petrobras, e a posição é que o processo está sob controle com as equipes de contingência e negociação com os líderes do movimento. Até porque, se a Petrobras precisar de algum auxílio para garantir o abastecimento, a agência está disponível para atuar.

De acordo com Kury, até o momento, as equipes contingência estão suprindo  e têm os estoques estratégicos que estão no âmbito da distribuição.

- Se o movimento e a Petrobras entrarem em um acordo, espero em breve, não deve haver nenhum tipo de impacto no abastecimento - ressaltou o diretor.

O executivo explicou que, legalmente, tanto a Petrobras como as distribuidoras são obrigadas a terem um determinado estoque de combustíveis, que no caso das distribuidoras varia entre oito a dez dias, e de três  a quatro dias para o GLP. Mas esses prazos, segundo o diretor, variam muito pois dependem da logística de cada região.

O diretor lembrou que existe ainda a alternativa de aumentar as importações de combustíveis se for necessário.

- Existe o desafio da produção nacional, mas há alternativas de importação em um caso extremo. O mercado funciona com oportunidades, se existe essa oportunidade, se houver falta de produto, pode haver cobertura desse gap com a importação - ressaltou o diretor.

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