Maia: reforma deve ser enviada por Bolsonaro apenas em 2021 (Adriano Machado/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 16 de junho de 2020 às 13h52.
Última atualização em 16 de junho de 2020 às 16h54.
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta terça-feira, 16, que, se o governo federal enviar a reforma administrativa ainda este ano, ela será colocada logo em tramitação na Casa. No entanto, ao comentar uma informação de que o presidente da República, Jair Bolsonaro, só encaminharia a proposta em 2021, Maia disse que definir o momento do envio é prerrogativa do mandatário.
A reforma administrativa deve tratar de mudanças nas carreiras dos servidores, com foco em redução de despesas.
Em videoconferência da Conexão Empresarial 2020, o deputado ressaltou que a comissão mista do Congresso que analisa a reforma tributária "deve voltar nos próximos dias".
"Essa (a reforma tributária) deve ser a prioridade da Câmara, pelo menos", comentou Maia.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta terça-feira, 16, que o debate sobre a reforma tributária precisa retornar o mais rápido possível. A tramitação do tema foi desacelerada devido à pandemia da covid-19, mas a intenção do Congresso é retomar o debate. "Estamos defendendo que a reforma tributária seja retomada de forma remota, estamos pedindo isso para o presidente Davi Alcolumbre", disse, referindo-se ao presidente do Senado.
E acrescentou: "Tenho dito desde o ano passado que a reforma previdenciária e administrativa são sacrifícios necessários feitos pelo servidor público e o trabalhador brasileiro. A reforma tributária, sem aumento da carga tributária, mas alguma transferência de carga tributária entre os modelos, principalmente no caso de bens e serviço e na renda, esse apoio precisamos do setor privado brasileiro."
Para ele, não adianta caminhar para uma reforma administrativa, sem compreender que a grande alavanca do desenvolvimento de qualquer país é a competitividade das empresas.
Maia voltou a falar sobre o debate de um Programa de Recuperação Fiscal (Refis) para empresas em razão de dívidas acumuladas durante a pandemia do coronavírus a ser discutido no âmbito da reforma tributária.
O presidente da Câmara também classificou como "absurdo" o disparo de fogos de artifício contra o Supremo Tribunal Federal (STF). "Alguns utilizam manifestações para criar um ambiente de ódio e confronto. No sábado, foi o auge aquela cena absurda de fogos mirados acima do STF", disse Maia nesta terça-feira, 16.
Questionado sobre a participação do presidente da República, Jair Bolsonaro, em manifestações com expressões antidemocráticas Maia respondeu que o presidente "não carrega faixa".
"Ele estar perto de manifestantes gera um certo constrangimento, mas ele não falou a favor daquelas faixas", avaliou o presidente da Câmara.
Maia voltou a repetir declarações de que o importante nesse momento é a união dos três Poderes.
Ele comentou ainda sobre o decreto do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), desta terça-feira que fechou a Esplanada dos Ministérios. "Qualquer fechamento mesmo necessário é muito ruim", disse. Mas afirmou que é preciso garantir a segurança de todos.