Economia

Sauditas e russos em lados opostos antes de reunião de Opep+

Quando a Opep+ se reunir em 4 de março, o grupo discutirá se fornecerá mais petróleo ao mercado em abril e precisará tomar duas decisões cruciais

ExxonMobil: ESG ficou para trás? (Nick Oxford/File Photo/Reuters)

ExxonMobil: ESG ficou para trás? (Nick Oxford/File Photo/Reuters)

FS

Fabiane Stefano

Publicado em 22 de fevereiro de 2021 às 19h37.

Última atualização em 22 de fevereiro de 2021 às 21h46.

Arábia Saudita e Rússia mais uma vez entram em uma reunião da Opep+ em lados opostos de um debate crucial sobre o mercado de petróleo. O governo saudita têm pedido publicamente que outros membros sejam “extremamente cautelosos”, apesar da recuperação dos preços para o maior nível em um ano. Nos bastidores, o reino sinalizou que prefere que o grupo mantenha a produção estável, disseram os delegados. O governo de Moscou, por outro lado, tem indicado que ainda quer prosseguir com o aumento da oferta.

As posições refletem as posturas das reuniões recentes, mas, desta vez, os sauditas têm uma nova moeda de troca - 1 milhão de barris por dia de cortes voluntários. O reino se comprometeu a fazer esses cortes extras apenas em fevereiro e março, mas alguns veem sinais de que isso poderia mudar à medida que as negociações começarem.

“A questão-chave para mim é como eles devolvem os barris sauditas”, disse Bill Farren-Price, diretor da empresa de pesquisas Enverus e observador veterano do cartel. O reino poderia potencialmente usá-los como “alavanca para fechar um acordo”, disse.

Moeda de troca

Dez meses depois de reduzir a produção de petróleo quando a Covid-19 esmagou a demanda global, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados ainda mantêm 7 milhões de barris por dia fora do mercado, ou cerca de 7% da oferta global.

Tem sido um sacrifício, pois membros como o Iraque e Nigéria sofrem o impacto das exportações em queda. Mas produziu resultados, com os preços acima de US$ 65 o barril em Londres e como apoio às receitas reduzidas dos produtores.

Segundo a maioria das estimativas, com os cortes, a demanda por petróleo excedeu a produção neste ano por uma larga margem. A oferta ficou ainda mais apertada na semana passada devido à onda de frio no Texas que encolheu a produção dos EUA.

Quando a Opep+ se reunir em 4 de março, o grupo discutirá se fornecerá mais petróleo ao mercado em abril e precisará tomar duas decisões cruciais.

Primeiro, o grupo deve decidir se vai restaurar até 500 mil barris por dia, o próximo passo em uma retomada gradual da produção que foi acordada em dezembro, mas suspensa na reunião de janeiro. Em segundo lugar, a Arábia Saudita deve determinar o destino de 1 milhão de barris extras por dia de cortes voluntários extras neste mês e no próximo para ajudar a enxugar os estoques excedentes ainda mais rapidamente.

 

 

De 0 a 10 quanto você recomendaria Exame para um amigo ou parente?

 

Clicando em um dos números acima e finalizando sua avaliação você nos ajudará a melhorar ainda mais.

Acompanhe tudo sobre:Arábia SauditaCombustíveisComércio exteriorIndústria do petróleoOpepPetróleoRússia

Mais de Economia

CNI pede ao governo para negociar com os Estados Unidos adiamento da tarifa por 90 dias

Rui Costa diz que governo não tem 'proposta alternativa' sobre IOF

Inflação na Argentina surpreende e tem alta menor do que o esperado em junho

Decreto que regulamenta Lei da Reciprocidade será assinado hoje por Lula, diz Rui Costa