Economia

Sanções serão retomadas se Irã descumprir acordo, diz Obama

"Estamos absolutamente convencidos de que podemos fazer isso de novo", disse o presidente dos EUA sobre as medidas que debilitaram a economia do Irã


	Barack Obama: reimposição de sanções seria desencadeada assim que a Agência Internacional de Energia Atômica constatasse que o Irã violou o acordo
 (Jim Watson/AFP)

Barack Obama: reimposição de sanções seria desencadeada assim que a Agência Internacional de Energia Atômica constatasse que o Irã violou o acordo (Jim Watson/AFP)

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Da Redação

Publicado em 7 de abril de 2015 às 10h05.

Washington - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse em uma entrevista divulgada nesta terça-feira que está confiante de que as sanções contra o Irã possam ser restabelecidas se o país violar um acordo para restringir seu programa nuclear.

Obama declarou à Rádio Pública Nacional que negociadores norte-americanos e europeus estão tentando chegar a um acordo com o Irã pelo qual as sanções poderiam ser restabelecidas sem uma votação no Conselho de Segurança da ONU, onde a Rússia, aliada do Irã, tem poder de veto.

"Estamos absolutamente convencidos de que podemos fazer isso de novo", disse Obama sobre as sanções internacionais, que debilitaram a economia do Irã.

Ele afirmou que a reimposição de sanções seria desencadeada assim que a Agência Internacional de Energia Atômica constatasse que o Irã violou o acordo.

Depois de formatarem na semana passada a estrutura básica para um acordo, os negociadores têm até o final de junho para chegar a um compromisso final que impeça o Irã de ser capaz de construir uma arma nuclear.

Obama disse que um acordo nuclear poderia ajudar a fortalecer os grupos moderados no Irã.

"Se ficar claro que eles beneficiaram seu povo, presumivelmente isso fortalece sua posição em relação aos radicais dentro do Irã", disse ele.

Obama também criticou a governador do Estado do Wisconsin, Scott Walker, um possível candidato presidencial republicano em 2016, que prometeu acabar com qualquer acordo com o Irã em seu primeiro dia no cargo, se for eleito.

Ele disse que se os presidentes voltassem atrás em acordos internacionais firmados por seus antecessores isso seria um problema para os aliados dos EUA e "encorajaria nossos inimigos."

"Seria uma abordagem tola, e, você sabe, talvez o sr. Walker, depois que dedicar algum tempo para se atualizar em política externa, vá pensar da mesma maneira", disse Obama.

Em um trecho da entrevista divulgado na segunda-feira, Obama jogou água fria em uma exigência do governo israelense de que um acordo tenha como premissa o reconhecimento da existência de Israel por parte do Irã.

"A noção de que gostaríamos de condicionar o Irã a não conseguir armas nucleares, em um acordo verificável, ao reconhecimento de Israel é realmente o mesmo que dizer que não vamos assinar um acordo a menos que a natureza do regime iraniano se transforme completamente", observou Obama.

"Isto é, penso eu, um erro de julgamento fundamental.” Obama declarou que um acordo nuclear não resolverá muitos dos outros desacordos que Washington tem com Teerã.

"Eles ainda vão financiar o Hezbollah. Eles ainda estão apoiando Assad no lançamento de bombas de barril sobre crianças. Eles ainda estão enviando armas para os houthis no Iêmen, que ajudaram a desestabilizar o país."

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