Economia

Saldo de contas externas em julho é o pior para o mês

Nos sete meses do ano, o saldo negativo das transações correntes ficou em US$ 52,472 bilhões, contra US$ 28,990 bilhões em igual período de 2012


	Dinheiro: o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, ressaltou que, apesar do crescimento, o saldo negativo decorre, principalmente, do investimento estrangeiro direto
 (Andrew Harrer/Bloomberg)

Dinheiro: o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, ressaltou que, apesar do crescimento, o saldo negativo decorre, principalmente, do investimento estrangeiro direto (Andrew Harrer/Bloomberg)

DR

Da Redação

Publicado em 23 de agosto de 2013 às 17h12.

Brasília – O saldo negativo das transações correntes, que são operações de compra e venda de mercadorias e serviços do país com o resto do mundo, de US$ 9,018 bilhões, em julho, é o mais elevado para o período. A série histórica do Banco Central (BC) começou em 1947.

Nos sete meses do ano, o saldo negativo das transações correntes ficou em US$ 52,472 bilhões, contra US$ 28,990 bilhões em igual período de 2012. Esse resultado correspondeu a 3,95% de tudo o que o país produz – Produto Interno Bruto (PIB). No mesmo período do ano passado, essa relação estava em 2,24%.

O chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, ressaltou que, apesar do crescimento, o saldo negativo decorre, principalmente, do investimento estrangeiro direto. Esse investimento, que vai para o setor produtivo da economia, chegou a US$ 5,212 bilhão, em julho, e a US$ 35,239 bilhões, nos sete meses do ano.

“É a melhor forma de financiar o déficit em transações correntes [por ser de longo prazo]. Mas existem outras fontes que continuam fluindo favoravelmente”, disse Maciel.

O país também recebeu investimentos estrangeiros em ações negociadas no Brasil e no exterior que registraram ingresso líquido de US$ 269 milhões, em julho, e de US$ 6,547 bilhões, nos sete meses do ano. Também houve investimentos em títulos de renda fixa negociados no país, com ingresso líquido de US$ 4,235 bilhões, no mês passado, e de US$ 15,272 bilhões.

Maciel disse ainda que, se alta do dólar persistir, o déficit em transações correntes tende a se reduzir. Um dos itens dessa conta de transações correntes é viagem internacional. “Se persistir esse câmbio, é possível que tenhamos reações em algumas contas de transações correntes”, destacou.

Com o dólar em alta, a expectativa é que, nos próximos meses, os gastos de brasileiros em viagens internacionais se reduzam.


Também há estimativa de redução das importações. “As importações de bens de consumo tendem a reagir de forma mais rápida, nos próximos meses”, disse Tulio Maciel.

Segundo Maciel, as remessas de lucros e dividendos ao exterior também tendem a reagir, já que com o dólar mais alto fica mais caro enviar os recursos para fora do país.

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralDinheiroeconomia-brasileiraMercado financeiro

Mais de Economia

Haddad: pacote de corte de gastos será divulgado após reunião de segunda com Lula

“Estamos estudando outra forma de financiar o mercado imobiliário”, diz diretor do Banco Central

Reunião de Lula e Haddad será com atacado e varejo e não deve tratar de pacote de corte de gastos

Arrecadação federal soma R$ 248 bilhões em outubro e bate recorde para o mês