Manoel Dias: fim da temporada de férias foi principal responsável pelo saldo líquido negativo verificado no setor de comércio em março, segundo o ministro (Valter Campanato/ABr)
Da Redação
Publicado em 17 de abril de 2014 às 17h16.
Brasília - Na comparação do saldo de empregos líquidos gerados nos meses de março de 2013 e 2014, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) registrou queda tanto na avaliação sem ajuste quanto na ajustada.
No saldo sem ajuste, a redução foi de 88,34% no mês, quando comparadas as 112.450 vagas criadas em março de 2013 com as 13.117 geradas em 2014.
Já entre as vagas ajustadas, o que inclui dados repassados por empresas fora do prazo dado pelo Ministério do Trabalho e Emprego para que elas informem contratações e demissões, o recuo foi de 92,83%. Em março do ano passado, o saldo ajustado era de 183.016 postos de trabalho com carteira assinada, contra as 13.117 do mês passado.
Segundo o ministro Manoel Dias, titular do Trabalho e Emprego, este foi o pior mês de março desde 1999. A série histórica mensal começou a ser registrada em 1992. Apesar do resultado ruim, o ministro minimizou a queda.
"Se você pegar o acumulado do ano, vai ver que em 2014 nós geramos 344.984 novos postos de trabalho. No mesmo período de 2013, foram gerados 306.068 mil. Então, o que vale é o total, onde tivemos um acréscimo de 14% nesse ano em relação aos números do ano passado", afirmou.
Comércio
O fim da temporada de férias foi o principal responsável pelo saldo líquido negativo verificado no setor de comércio em março, segundo o ministro.
Dados dos Caged mostraram que o comércio demitiu 26.251 trabalhadores com carteira assinada. Foi o pior desempenho entre os setores avaliados.
"O comércio terminou uma temporada de verão em que houve muitas viagens e consumo. As festas de fim de ano e de verão tiveram o final da sua grande temporada, o que gerou o desemprego que nós tivemos", afirmou o ministro.
O carnaval, que neste ano foi realizado integralmente em março, foi o responsável pela demissão de 4.333 trabalhadores do Rio de Janeiro que tinham carteira assinada.
O Rio foi o terceiro Estado que mais demitiu em março, atrás apenas de Alagoas (10.132 demissões) e Pernambuco (7.883 demissões). São Paulo foi o estado que mais contratou no mês, com saldo positivo de 19.227 vagas criadas. Em seguida esteve o Rio Grande do Sul, com 13.708 empregos formais gerados.
Segundo o ministro, a Região Metropolitana de Porto Alegre tem "uma situação de quase pleno emprego" com taxa de desemprego de 3,2%. O terceiro estado que mais criou vagas foi Santa Catarina, com 4.414 postos - seguido pelo Paraná, com 5.940 vagas, o que conferiu ao Sul do país o melhor desempenho entre as regiões, somando 24.062 empregos de saldo.