Economia

Saída da Venezuela do Mercosul não afetaria Brasil, diz Serra

O ministro defendeu, porém, uma solução democrática para a crise da Venezuela e disse estar "esperançoso" com as ações do Vaticano, dos EUA e de Cuba

Serra: o ministro também fez comentários sobre as negociações visando ao livre-comércio entre Mercosul e União Europeia (Ueslei Marcelino / Reuters/Reuters)

Serra: o ministro também fez comentários sobre as negociações visando ao livre-comércio entre Mercosul e União Europeia (Ueslei Marcelino / Reuters/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 25 de outubro de 2016 às 15h55.

São Paulo - O ministro das Relações Exteriores, José Serra, disse nesta terça-feira, 25, que a saída da Venezuela do Mercosul teria efeito nulo ao Brasil.

Durante seminário sobre comércio exterior no centro de São Paulo, Serra afirmou que o País governado por Nicolás Maduro já não participa ativamente do bloco comercial, lembrando, entre os casos que comprovariam isso, de um acordo com a Colômbia envolvendo produtos siderúrgicos e têxteis que a Venezuela ainda não assinou por motivos que o ministro desconhece.

"Nesse sentido, não faria diferença nenhuma", respondeu o ministro, ao ser questionado sobre os efeitos da saída da Venezuela.

Mais tarde, em entrevista a jornalistas, o ministro defendeu, porém, uma solução democrática para a crise da Venezuela e disse estar "esperançoso" com as ações do Vaticano, do governo americano e de Cuba na tentativa de solucionar os conflitos no País vizinho.

"Do contrário, com uma guerra civil por lá, vocês podem imaginar o prejuízo ao povo, que já está sofrendo muito", assinalou Serra.

"Temos fronteira com a Venezuela, a Colômbia tem uma fronteira imensa. Nada do que ocorre em um País da América do Sul deixa de afetar os outros."

O ministro também fez comentários sobre as negociações visando ao livre-comércio entre Mercosul e União Europeia.

Assim como disse mais cedo o titular da pasta de Indústria, Marcos Pereira, Serra considerou que dificilmente um acordo será alcançado no ano que vem.

O maior entrave são as eleições na França e na Alemanha. "É melhor não se afobar para não dar errado, mas vamos continuar persistindo e mostrando que (o acordo) é vantajoso a ambos os lados", disse Serra.

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