Economia

Rússia e Ucrânia chegam a princípio de acordo sobre gás

Os governos chegaram a princípio de acordo para assegurar a provisão de gás à Ucrânia e ao resto da Europa


	Gasoduto na Crimeia: acordo tem caráter temporário
 (Vladimir Dokin/AFP)

Gasoduto na Crimeia: acordo tem caráter temporário (Vladimir Dokin/AFP)

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Da Redação

Publicado em 26 de setembro de 2014 às 14h15.

Berlim - Os governos de Moscou e Kiev chegaram nesta sexta-feira a um princípio de acordo temporário para assegurar a provisão de gás à Ucrânia e ao resto da Europa durante este próximo inverno (hemisfério norte).

Assim confirmou o comissário europeu de Energia, Gunther Oettinger, após o encontro que tiveram em Berlim com mediação da União Europeia os ministros de Energia da Rússia, Aleksandr Novak, e da Ucrânia, Yuri Prodan.

"Esta minuta factível de acordo tem chances de prosperar", disse Oettinger após explicar que está pendente da ratificação dos chefes do Governo de Rússia e Ucrânia, Vladimir Putin e Petro Poroshenko.

Ele acredita que o acordo seja assinado por ambas as partes para segunda ou terça-feira, para que depois se possa continuar trabalhando no que denominou o "pacote de inverno", um conjunto de soluções temporárias a modo de roteiro para os próximos seis meses.

Se Putin e Poroshenko não ratificam o acordo, acrescentou Oettinger, a Europa corre o "risco" de se repetir os incidentes de 2009, quando as diferenças entre Rússia e Ucrânia colocarem em perigo a provisão de gás para toda a Europa.

O ministro da Energia russo considerou que o princípio de acordo fechado nesta sexta-feira em Berlim pode ser a "base" para a "solução" de parte do atual litígio entre Rússia e Ucrânia por causa do gás.

Novak destacou que hoje se abriu uma "passagem importante", embora tenha apontado que restam "questões abertas" que devem ser resolvidas e "pequenos detalhes" que devem ser concretizados.

Segundo o princípio de acordo, Kiev se compromete a pagar antes de fim de ano US$ 3,1 bilhões à companhia russa Gazprom pelas contas pendentes dos últimos meses.

Essa é a quantidade que a Ucrânia acredita que endivida Moscou, embora a Rússia sustente que sejam 5,2 bilhões de euros e o caso se encontre pendente de resolução no Tribunal de Arbitragem de Estocolmo.

Se este tribunal der finalmente razão à Rússia, Kiev se compromete a pagar a diferença que se lhe propaganda, assegurou Oettinger.

Segundo explicou o comissário, era necessário conseguir hoje um acordo temporário para garantir a provisão no inverno, já que a sentença do tribunal de Estocolmo só é esperada para os próximos seis meses.

A UE compra da Rússia 39% do gás que consome e, desse total, a maior parte chega a território do bloco através dos gasodutos ucranianos.

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