Economia

Rússia e países ocidentais tentam limitar crise na Ucrânia

Grandes nações industrializadas advertiram Moscou sobre sanções econômicas mais duras se for além da anexação da Crimeia


	Homem segura bandeira russa em base naval ucraniana:  Kremlin afirmou estar interessado em manter contato com os parceiros do G8
 (Vasily Fedosenko/Reuters)

Homem segura bandeira russa em base naval ucraniana:  Kremlin afirmou estar interessado em manter contato com os parceiros do G8 (Vasily Fedosenko/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 25 de março de 2014 às 14h24.

Haia/Moscou - A Rússia e países ocidentais sinalizaram a demarcação um limite para a crise na Ucrânia na terça-feira depois que grandes nações industrializadas advertiram Moscou sobre sanções econômicas mais duras se for além da anexação da Crimeia.

Após ironizar inicialmente uma decisão dos Estados Unidos e seus aliados de boicotar a cúpula do G8 planejada para Sochi e realizar um encontro com apenas sete países, excluindo a Rússia, o Kremlin afirmou estar interessado em manter contato com os parceiros do G8.

"O lado russo continua pronto para contatos em todos os níveis, incluindo os mais elevados. Estamos interessados em tais contatos", disse Dmitry Peskov, porta-voz do presidente russo, Vladimir Putin, à agência de notícias Interfax.

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, entretanto, sinalizou que embora as nações ocidentais não tenham aceitado a anexação da Crimeia, medidas mais severas seriam tomadas contra alguns setores da indústria russa, se Putin for mais longe.

"Há uma visão de que o status quo é inaceitável, mas há uma outra visão muito, muito forte de que quaisquer novos passos no Leste da Ucrânia seriam ainda mais graves e resultariam em sanções muito maiores", Cameron disse a repórteres em Haia quando questionado se o Ocidente aceitou que a Crimea já havia sido perdida.

Mantendo as hostilidades contra a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e os Estados Unidos em sua mídia estatal, Moscou fez dois movimentos conciliatórios na segunda-feira, quando seu vice-ministro da economia reconheceu uma fuga de capital do país de até 70 bilhões de dólares no primeiro trimestre do ano.


O ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, encontrou seu colega ucraniano Andriy Deshchytsia pela primeira vez, durante a cúpula de segurança nuclear em Haia, embora a Rússia não reconheça o governo de Kiev.

Moscou também permitiu que os primeiros monitores da pan-europeia Organização para a Segurança e Cooperação da Europa (OSCE) comecem a trabalhar na Ucrânia após prolongada disputa sobre sua atuação que a Rússia diz excluir a Crimeia.

O Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia disse que Deshchytsia protestou contra a anexação da Crimeia e que Kiev ainda considerava o território como seu. Lavrov disse que a Rússia não tinha a intenção de usar força no leste e no sul da Ucrânia, e que "os dois lados concordaram em não alimentar uma nova escalada no problema da Crimea que poderia causar mortes", disse.

A Ucrânia ordenou a retirada de suas forças que restavam na Crimeia na segunda-feira, para sua própria segurança, depois que as forças russas dispararam e usaram granadas de efeito moral ao invadirem uma base da Marinha e um navio de desembarque. Não houve vítimas.

Kiev também recuou da ameaça de cortar água e fornecimento de energia elétrica para a península do Mar Negro, que a Rússia anexou na semana passada apesar de protestos ucranianos e ocidentais.

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