Obras na estação Chucri Zaidan da linha 17-ouro. (Márcia Alves/Metrô SP/Divulgação)
Gilson Garrett Jr
Publicado em 11 de novembro de 2020 às 16h51.
Última atualização em 11 de novembro de 2020 às 19h52.
O governo de São Paulo já definiu os três eixos prioritários dos investimentos públicos para 2021: trecho norte do Rodoanel, ampliação e novas linhas do metrô e a construção de casas populares. O total de recursos previstos no orçamento estadual chega perto de 15 bilhões de reais em investimentos, sendo 4 bilhões para estas áreas.
“Estamos investindo com dinheiro do tesouro estadual, junto com parceria e concessões, gerando emprego e renda. A reforma administrativa [aprovada pela Assembleia Legislativa de São Paulo em outubro] nos deu a possibilidade de colocar recursos de forma direta”, disse o vice-governador e secretário de Governo, Rodrigo Garcia, em entrevista exclusiva à EXAME.
De acordo com Rodrigo Garcia, a maior parte das obras devem começar a ser vistas pela população no segundo semestre de 2021.
O vice-governador explicou também que em 2020 a pandemia de covid-19 fez com que os recursos fossem direcionados para o enfrentamento da crise sanitária. Para este ano, há a projeção de queda de 0,6% no Produto Interno Bruto (PIB) do estado.
O valor é menor do que apresentado em outubro pelo secretário da Fazenda e do Planejamento, Henrique Meirelles, quando ele falou em queda de 2%. A projeção para 2021 é de crescimento de 3,5%.
Do total investido, a área de mobilidade urbana é a que vai receber a maior parte do dinheiro, com 2 bilhões de reais. São recursos para as obras das linhas do monotrilho 17-ouro e a 15-prata.
Do metrô, estão no pacote a ampliação da linha 2-verde e a construção da linha 6-laranja. No começo de outubro, o governo estadual já tinha anunciado a retomada das obras da linha 6-laranja, paradas desde 2016. O modelo aplicado é de parceria Público-Privada.
O trecho norte do Rodoanel tem previsão de receber 1,3 bilhão de reais, junto com o Contornos da Tamoios, na Baixada Santista. O trecho norte do Rodoanel tem 44 quilômetros de extensão e está dividido em seis lotes. O prazo para a conclusão varia de 15 a 24 meses.
Dentro do pacote há também 626 milhões de reais destinados à habitação popular, entre construção de unidades habitacionais, reassentamento de moradores de áreas de risco e favelas e subsídio de crédito imobiliário para famílias de baixa renda.
Segundo Rodrigo Garcia, o governo estadual ainda vai avaliar em quais regiões este recurso será aplicado. “Vamos olhar o déficit habitacional em São Paulo. A capital deve aportar a maior parte deste dinheiro”, disse.
No começo de outubro, o governo de São Paulo apresentou um plano de retomada de investimentos, no valor de 36 bilhões de reais. A diferença é que estes recursos serão da iniciativa privada e aplicados em 2021 e 2022.
Entre as concessões previstas estão 19 projetos nas áreas de transporte público, rodovias, lazer e parques. A maior parte do investimento, 51%, será no setor de transportes, com destaque para dois projetos: a concessão das linhas 8 e 9 da CPTM, com valor de 500 milhões de dólares, e um trem regional de baixa velocidade, ligando a cidade de São Paulo e Campinas, com um investimento de 1,4 bilhão de dólares.
Dentro do plano há ainda a concessão de 22 aeroportos regionais à iniciativa privada, concessão de rodovias, do Zoológico e Jardim Botânico, além do Complexo do Ibirapuera. Todo o plano foi detalhado pelo secretário da Fazenda e do Planejamento, Henrique Meirelles, sem mostrar, no entanto, o cronograma de todos os projetos de concessões.