Economia

Riscos políticos enviam alerta para investidores de emergentes

Investidores de mercados emergentes buscam rotas de fuga diante de riscos políticos que azedam o humor para apostas na América Latina, Ásia e Oriente Médio

Bolsa de valores em Nova York (NYSE) (Mario Tama/Getty Images)

Bolsa de valores em Nova York (NYSE) (Mario Tama/Getty Images)

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Fabiane Stefano

Publicado em 15 de abril de 2021 às 14h51.

Última atualização em 15 de abril de 2021 às 14h53.

Nesta quinta-feira, 15, investidores reagiram às restrições dos EUA, há muito tempo temidas, para a compra de novos títulos de dívida do governo russo, e foram abalados pelos sinais de que o banco central da Turquia pode em breve ouvir o presidente turco Recep Tayyip Erdogan e reduzir os juros, mesmo com a inflação de dois dígitos do país.

Os eventos seguem uma onda vendedora de ações do Peru e apostas contra a moeda local no início da semana, após um admirador de Fidel Castro e Hugo Chávez ter recebido o maior número de votos no primeiro turno das eleições presidenciais do país. Na Ásia, a preocupação com a saúde financeira da estatal China Huarong Asset Management provocou a venda de títulos da gestora de dívidas inadimplentes, levantando questionamentos sobre as garantias do governo para essas empresas.

Hari Hariharan, CEO da NWI Management, de Nova York, disse que há muitos fatores desfavoráveis para mercados emergentes agora. “A resposta simples é ter muito caixa. A única válvula de escape vem de uma fonte muito inesperada: que os rendimentos dos Treasuries parecem estar se estabilizando.”

Embora essas ondas de turbulência pareçam ser eventos isolados por enquanto, cada um com seu próprio fator local, chegam em um momento difícil para a classe de ativos notoriamente volátil. A perspectiva de rendimentos mais altos nos Estados Unidos pode estimular saídas de recursos desses países, e há certa preocupação entre investidores especialmente de qualquer problema na China, a segunda maior economia do mundo.

“Não seria surpreendente se o sentimento em relação aos mercados emergentes em geral, e à China em particular, se tornasse volátil no curto prazo”, disse Nick Smallwood, estrategista em Londres de dívida de mercados emergentes na M&G Investments, que tem US$ 506 bilhões sob gestão.

Por enquanto, a combinação de dólar mais fraco e a recente retração dos rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA ajudou a sustentar os índices de referência. O índice de ações de países em desenvolvimento da MSCI deve registrar o terceiro ganho semanal seguido, enquanto as moedas estão no meio da melhor semana desde o início de fevereiro.

Ainda assim, o cenário global desafiador pode levar a políticas equivocadas, não apenas na Turquia, de acordo com Seema Shah, estrategista-chefe da Principal Global Investors, em Londres. A volatilidade política pode se espalhar para outros países latino-americanos que enfrentam alguns dos piores surtos de covid-19 do mundo.

*Com colaboração de Áine Quinn

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