Economia

Risco de racionamento pode pesar na expansão do PIB, diz S&P

A agência projeta que o crescimento brasileiro continuará baixo nos próximos anos


	S&P: a previsão da S&P é de expansão de 1,8% este ano e 2% em 2015, quando se espera maior crescimento das exportações
 (Mario Tama/Getty Images/AFP)

S&P: a previsão da S&P é de expansão de 1,8% este ano e 2% em 2015, quando se espera maior crescimento das exportações (Mario Tama/Getty Images/AFP)

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Da Redação

Publicado em 25 de março de 2014 às 14h44.

Nova York - A Standard & Poor's (S&P) projeta que o crescimento econômico do Brasil vai continuar baixo nos próximos anos e um eventual racionamento de energia por causa da falta de chuvas pode pesar negativamente na expansão do Produto Interno Bruto (PIB), afirmou a diretora responsável por Brasil na S&P, Lisa Schineller, em uma teleconferência com analistas nesta terça-feira.

Lisa ressaltou que um dos maiores programas de investimento hoje no Brasil é o de concessões, mas ponderou que ele tem avançado de forma lenta.

Mesmo com a Copa do Mundo e a Olimpíada no Brasil, a diretora ressaltou que a tendência é que o baixo crescimento persista por "vários anos". A previsão da S&P é de expansão de 1,8% este ano e 2% em 2015, quando se espera maior crescimento das exportações.

Questionada por um analista sobre o impacto na decisão de rebaixar o rating brasileiro do julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) da correção da poupança por causa de planos econômicos do passado, que vem sendo adiado, Lisa disse que esse fato não pesou na decisão.

"É um potencial risco para a execução da política fiscal nos próximos anos", disse ela, destacando que tudo depende do que o STF vá decidir.


Crescimento

O cenário de baixo crescimento econômico e as perspectivas de que a atividade vai continuar fraca nos próximos anos, deterioração em indicadores fiscais, incluindo aumento do déficit público, e uma piora nas contas externas foram os motivos principais que levaram a S&P a rebaixar o rating soberano do Brasil, segundo Lisa.

Ela frisou que a credibilidade do governo na execução da política fiscal se reduziu e a transparência das medidas de política econômica em Brasília também ficou comprometida.

Mesmo depois das eleições presidenciais de outubro, a diretora diz que ainda vê tendências mistas de melhora da política fiscal. Lisa voltou a frisar que não será fácil o governo conseguir alcançar a meta de 1,9% de superávit primário este ano.

A vulnerabilidade externa do Brasil está aumentando, destacou. Mas ela ressaltou que a dívida externa, apesar de crescente, ainda é administrável.

A perspectiva estável da nota brasileira, frisou, indica que não deve ocorrer nem rebaixamento nem elevação do rating soberano do Brasil por enquanto e mostra que a S&P está confortável no momento com a classificação grau de investimento do Brasil.

"A classificação do País é consistente como a última nota da escala grau de investimento", disse. Lisa ressaltou que o País tem instituições sólidas e governo preocupado em manter a estabilidade, como no caso do empenho do Banco Central em combater a inflação.

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