Economia

Rio paga décimo terceiro de servidores estaduais da educação

Outros servidores do governo fluminense ainda não têm previsão de receber o décimo terceiro por causa da crise nas contas do estado

Salários: o salário de novembro será dividido em cinco parcelas, a primeira a ser paga a partir do dia 5 de janeiro (Divulgação/Thinkstock)

Salários: o salário de novembro será dividido em cinco parcelas, a primeira a ser paga a partir do dia 5 de janeiro (Divulgação/Thinkstock)

AB

Agência Brasil

Publicado em 28 de dezembro de 2016 às 18h56.

O décimo terceiro salário dos servidores da educação do estado do Rio de Janeiro foi pago integralmente hoje (28). A categoria é a maior do estado, com cerca de 90 mil servidores, de acordo com a Secretaria de Estado de Educação.

A pasta informou que os benefícios serão pagos com recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).

Outros servidores do governo fluminense ainda não têm previsão de receber o décimo terceiro por causa da crise nas contas do estado.

O salário de novembro será dividido em cinco parcelas, a primeira a ser paga a partir do dia 5 de janeiro e não mais 23 de dezembro, como anunciado antes.

Campanha

Após o anúncio do adiamento, desembargadores e juízes do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro criaram uma campanha de doações para ajudar os funcionários estaduais, chamada de SOS Servidores.

A distribuição está sendo feita pelo Sindicato dos Servidores do Judiciário do Rio de Janeiro (SindJustiça-RJ).

De acordo com o diretor-geral do sindicato, Ramon Carrera, já foram arrecadadas 34 toneladas de alimentos e R$ 85 mil. Mais de 2 mil cestas foram distribuídas.

Para receber a doação, basta ir à sede do sindicato, na Travessa do Paço, no centro do Rio, e comprovar o vínculo de emprego no estado. A prioridade na distribuição é para quem está sem receber o salário.

"A campanha é por prazo indeterminado. Enquanto tiver alimento e necessidade do servidor, aposentado e pensionista, vamos continuar com a campanha. O ato não é para confrontar o governo, nada disso. É porque tem muitos servidores, aposentados e pensionistas que estão passando extrema necessidade, estão com aluguel atrasado, as outras contas vão se somando no final do mês. Então é uma forma que a gente tem de diminuir o sofrimento dessas pessoas", disse Carrera.

Servidor do Centro de Tecnologia da Informação e Comunicação do estado (Proderj), Paulo Cesar Pereira da Silva disse que está há 45 dias sem receber e foi buscar a doação após saber da campanha por um colega.

"Não estava sabendo, um colega falou que estava tendo e falou pra eu passar aqui. Como está acabando os mantimentos na casa, o governo falou que paga dia 5, daí a gente recupera. Falaram que vão pagar em janeiro o de novembro, que seria pago em dezembro, mas já ouvi falar também que será parcelada em nove vezes, então o de janeiro pode embolar tudo e ficar só pra fevereiro, as férias já falaram que não vão pagar".

Após receber o décimo terceiro, o professor Reginaldo Tobias foi ao sindicato para contribuir com a campanha. "Nesse momento que eu recebi, fico me lembrando dos professores que me formaram e estão sem dinheiro para a cesta básica. Sou do Rio de Janeiro, carioca e professor, estou pensando naqueles que me formaram e que agora deveriam gozar de um descanso merecido e a gente está nessa situação. Hoje são eles e amanhã serei eu. Muitos professores já se organizaram e fizeram a doação anonimamente."

Acompanhe tudo sobre:Crise econômicaRio de JaneiroSalários

Mais de Economia

Haddad: reação do governo aos comentários do CEO global do Carrefour é “justificada”

Contas externas têm saldo negativo de US$ 5,88 bilhões em outubro

Mais energia nuclear para garantir a transição energética

Boletim Focus: mercado reduz para 4,63% expectativa de inflação para 2024