Economia

Rio não tem condição de pagar serviço da dívida em 2021, diz Witzel

O governador do Rio de Janeiro propõe que o pagamento de R$ 13 bilhões do serviço da dívida seja feito em 2023

Rio de Janeiro: a dívida total do Estado chega a R$ 150 bilhões (Antonio Cruz/Agência Brasil)

Rio de Janeiro: a dívida total do Estado chega a R$ 150 bilhões (Antonio Cruz/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 27 de junho de 2019 às 14h56.

Brasília — O governo do Rio de Janeiro quer flexibilizar o acordo de recuperação fiscal assinado com a União e ganhar mais prazo para voltar a pagar a dívida do Estado com o governo federal. O governador do Estado, Wilson Witzel, entregou nesta quinta-feira, 27, ao ministro da Economia, Paulo Guedes, uma proposta para adiar o retorno do pagamento do serviço da dívida de 2021 para 2023.

O Rio de Janeiro aderiu ao Regime de Recuperação Fiscal em setembro de 2017 e, em troca de medidas de ajuste fiscal, teve suspenso o pagamento da dívida com a União por quatro anos. Segundo Witzel, estava prevista uma revisão do plano de recuperação em outubro do ano que vem, mas ele decidiu antecipar a revisão por entender que o Estado não conseguirá pagar os valores em dois anos.

"O Rio de Janeiro não tem condição de voltar a pagar serviço da dívida em 2021. Estou antecipando o pedido de ajuste porque já estou prevendo o caos", afirmou Witzel.

De acordo com o governador, cerca de R$ 13 bilhões do serviço da dívida seria "empurrado" para 2023 - a dívida total do Estado chega a R$ 150 bilhões.

Ele afirmou que o Rio de Janeiro vem fazendo todas as medidas de ajuste previstas no plano de recuperação. "Não tem nada atrasado (do plano de recuperação). Todos os compromissos assumidos estão sendo cumpridos", afirmou.

Witzel disse que o Estado está se preparando para a abertura do mercado de gás e que a privatização da Cedae, prevista no acordo, será feita. "Esperamos uma resposta do governo em dez dias. As receitas aumentarão nos próximos anos com o aumento da exploração de petróleo e o destravamento do mercado de gás", completou.

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