Economia

Reunião do FED termina em cenário de dados positivos

Crescimento dos EUA avançou no 2º trimestre, quando o comitê do Federal Reserve conclui reunião em que discutiu a política adotada

Presidente do FED, Janet Yellen: PIB dos EUA cresceu 4% anuais de abril a junho (Jim Watson/AFP)

Presidente do FED, Janet Yellen: PIB dos EUA cresceu 4% anuais de abril a junho (Jim Watson/AFP)

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Da Redação

Publicado em 30 de julho de 2014 às 13h41.

Washington - O crescimento econômico dos Estados Unidos avançou consideravelmente no segundo trimestre de 2014, segundo estimativas oficiais publicadas nesta quarta-feira, quando o Comitê monetário do Federal Reserve (FED) conclui a reunião em que discutiu a política adotada.

O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 4% anuais de abril a junho, após o recuo de 2,1% no primeiro trimestre (cifra revisada para cima em 0,8 ponto). Os analistas esperavam um crescimento de 3,2%.

Praticamente todos os setores da economia cresceram, apontou o departamento de Comércio.

"O avanço do PIB no segundo trimestre reflete um aumento dos investimentos em estoques, maiores exportações, uma aceleração dos gastos em consumo e uma mudança no gasto dos estados e entidades locais", afirma o comunicado.

Esta primeira estimativa pode ser revisada de forma significativa, já que se baseia apenas em dados de dois meses para a maioria das estatísticas. A próxima previsão será publicada em 28 de agosto.

Aos dados positivos, somam-se o gasto no consumo, que foi o dobro (+2,5% em comparação a +1,2% no primeiro trimestre), e o gasto em bens duráveis, como veículos e eletrodomésticos com vida útil de mais de quatro anos, que cresceu 14%, maior cifra desde 2009.

Os estoques no segundo trimestre cresceram 1,66%. No primeiro trimestre houve queda de 1,16%.

As exportações também cresceram e compensaram o recuo do trimestre anterior (+9,5% frente a -9,2%). No entanto, seu efeito positivo no PIB não teve muito destaque em razão de uma alta nas importações (+11,7%).

O gasto do governo federal continua em queda (-0,8%), mas o de estados e entidades locais subiu a 3,1%, o maior aumento desde o segundo trimestre de 2009.

O apoio acaba

Estes dados positivos devem confirmar ao FED que a economia do país pode suportar a eliminação total do apoio oferecido pela instituição.

Às 15H00 pelo horário de Brasília desta quarta-feira, o Comitê de política monetária (FOMC) publicará um comunicado onde deve informar que não mudará as taxas básicas, próximas de zero desde o final de 2008.

Os analistas esperam que se mantenha uma leve diminuição de 10 bilhões de dólares na compra de ativos, como o FED faz em todas as reuniões desde o início do ano.

Esta compra de títulos do Tesouro e de títulos hipotecários, destinada a apoiar a economia, devem terminar em outubro, conforme o previsto. Os títulos somavam 85 bilhões de dólares por mês no ano passado e devem baixar para 25 bilhões de dólares.

"O FED está no modo piloto automático", disse Carsten Fritsch, do Commerzbank Research.

"Não esperamos novidades ao fim da reunião do FOMC, mas sempre há algum impacto dos mercados", acrescentou o economista independente Joel Naroff.

O FED poderá, contudo, destacar o crescimento da inflação.

De acordo com dados publicados na quarta-feira, a inflação medida pelo índice de preços em relação ao gasto do consumo (PCE) subiu 2,3% no segundo trimestre, depois de ter se fixado em 1,4% no primeiro trimestre.

É provável que o FED preste maior atenção às cifras sobre o emprego, que serão publicadas na sexta-feira para o mês de julho.

Os analistas esperam que a taxa de desemprego se mantenha em 6,1% depois de uma melhora do mercado de trabalho em junho. A previsão é de que tenham sido criados 220.000 postos de trabalho.

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