Prisão: três penitenciárias estão sendo oferecidas a operadores perto da cidade de São Paulo (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 15 de fevereiro de 2013 às 17h58.
A primeira tentativa do governo de São Paulo para obter investimento privado em penitenciárias não está atraindo o Corrections Corp. of America e o Geo Group Inc., dois dos principais operadores do mundo, porque as taxas de retorno estão abaixo dos padrões mundiais.
Os R$ 750 milhões em contratos para operar três instalações perto da cidade de São Paulo terão uma taxa de retorno de aproximadamente 8,5 por cento, estima o operador local Reviver Administração Prisional Privada Ltda. Os operadores de outros países normalmente recebem taxas de retorno de cerca de 14 por cento, disse Kevin Campbell, diretor da área de análise de ações da Avonddale Partners LLC.
O governo do estado de São Paulo se une à presidente Dilma Rousseff na pressão por menores taxas de retorno depois que o Banco Central cortou a taxa básica de juros em 5,25 pontos percentuais para a mínima recorde de 7,25 por cento e aumentou os financiamentos públicos a taxas abaixo do mercado para impulsionar o investimento em infraestrutura. O governo federal teve que melhorar os termos dos contratos para concessões rodoviárias após a estratégia não atrair ofertas para um leilão originalmente marcado para 30 de janeiro.
“Independente do projeto, deve-se tomar cuidado para não forçar a rentabilidade baixa o tempo todo”, disse Sérgio Monaro, diretor de project finance do HSBC Holdings Plc, em entrevista por telefone de São Paulo. “Se o projeto é bom, isso automaticamente reduziria o preço. A questão é de permitir, a partir de um teto razoável, a flexibilidade para deixar o mercado decidir.”
A assessoria de imprensa da Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional de São Paulo disse que ainda não está claro se o road show sobre o projeto de ter operadores privados para as penitenciárias, promovido no mês passado pelo governo estadual em Londres, atraiu investidores.