Economia

Resultado do comércio reflete desaceleração da economia, diz IBGE

O comércio varejista brasileiro ficou estável em outubro

De acordo com pesquisador, a alta de 1,1% na venda de móveis e eletrodomésticos foi uma das principais âncoras que impediram a queda do volume do comércio  (TAMIRES KOPP/PRINT MAKER)

De acordo com pesquisador, a alta de 1,1% na venda de móveis e eletrodomésticos foi uma das principais âncoras que impediram a queda do volume do comércio (TAMIRES KOPP/PRINT MAKER)

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Da Redação

Publicado em 13 de dezembro de 2011 às 11h25.

Rio de Janeiro – A estagnação do volume de vendas do comércio varejista brasileiro em outubro deste ano, na comparação com setembro, reflete a atual situação de desaceleração da economia brasileira. A avaliação é do pesquisador Reinaldo Pereira, da Coordenação de Serviços e Comércio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“Não tivemos crescimento no comércio, o que está de acordo com o que estamos vivendo, que é esta desaceleração do crescimento da economia. Nós tivemos seis atividades [de comércio varejista] das dez que pesquisamos com sinal negativo [queda] e apenas quatro com sinal positivo [alta].”

Entre as dez atividades do comércio varejista ampliado, as únicas que apresentaram aumento no volume de vendas foram os equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (3,6%), combustíveis e lubrificantes (0,6%), móveis e eletrodomésticos (1,1%) e livros, jornais, revistas e papelaria (2,7%).

De acordo com o pesquisador, a alta de 1,1% na venda de móveis e eletrodomésticos foi uma das principais âncoras que impediram a queda do volume do comércio em outubro. “Por trás desse crescimento, temos aumento da renda e a estabilidade do emprego.”

Entre os setores que tiveram queda, o destaque fica com o de os veículos e motos, partes e peças, com redução de 2,8% no volume de vendas de setembro para outubro. Comparando-se com outubro do ano passado, houve queda ainda maior, de 4%.
“O governo aumentou o IPI [Imposto sobre Produtos Industrializados] dos automóveis importados, o que aumentou o preço dos automóveis. Em segundo lugar, acredito que houve muitas vendas em 2009 e 2010, então há uma saturação do mercado”, disse.

Segundo Pereira, é preciso esperar para ver o impacto das medidas adotadas pelo governo federal, como a redução de IPI para eletrodomésticos da linha branca e da taxa de juros, no comércio varejista nos próximos meses.

“O governo vem atuando da mesma forma como atuou em 2008. Quando percebeu que poderia ser atingido pela crise financeira internacional, tomou medidas de incentivo ao comércio interno e foi justamente o que segurou em 2008. Medidas semelhantes estão sendo tomadas agora, então acredito que poderemos ter o comércio interno mostrando resultados favoráveis”, disse.

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