Economia

Reservas cambiais da China atingem mínima de quase 6 anos

Reservas caíram 12,3 bilhões de dólares em janeiro, para 2,99 trilhões, contra uma queda de 41 bilhões de dólares em dezembro

Iuane: junto da India, China foi país de onde vieram três quartos dos novos multimilionários. (Arquivo/AFP)

Iuane: junto da India, China foi país de onde vieram três quartos dos novos multimilionários. (Arquivo/AFP)

R

Reuters

Publicado em 7 de fevereiro de 2017 às 08h37.

Última atualização em 7 de fevereiro de 2017 às 08h58.

Pequim - As reservas cambiais da China caíram inesperadamente em janeiro abaixo da marca de 3 trilhões de dólares pela primeira vez em quase seis anos, embora controles regulatórios mais fortes pareçam estar conseguindo algum avanço em desacelerar a saída de capital.

A China adotou uma série de medidas nos últimos meses para dificultar a saída de dinheiro do país e reafirmar um controle mais firme sobre a moeda, mesmo depois de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aumentar as acusações de que Pequim está mantendo o iuan desvalorizado.

As reservas caíram 12,3 bilhões de dólares em janeiro, para 2,998 trilhões, contra uma queda de 41 bilhões de dólares em dezembro.

Economistas consultados pela Reuters projetavam que as reservas cambiais caíram cerca de 10,5 bilhões, para 3 trilhões de dólares.

Embora a marca de 3 trilhões de dólares não seja considerada um nível decisivo para Pequim, existem preocupações nos mercados financeiros globais sobre a velocidade com que o país está esgotando sua munição para defender a moeda e conter a saída de capital.

Alguns analistas temem que um esgotamento pesado e sustentado das reservas possa levar Pequim a desvalorizar a moeda.

"Com as reservas cambiais abaixo de 3 trilhões de dólares, podemos esperar que os controles de capital, bem como o aperto da liquidez do iuan, continuem, uma vez que as autoridades tentam evitar uma queda maior", disse o economista Chester Liaw, do Forecast Pte Ltd, referindo-se à alta inesperada da taxa de juros de curto prazo anunciada na sexta-feira.

O iuan caiu 6,6 por cento contra o dólar em 2016, maior queda anual desde 1994.

Em 2016 como um todo, a China utilizou quase 320 bilhões de dólares em reservas, depois de um recorde de 513 bilhões em 2015.

O iuan deu um respiro nas últimas semanas com o recuo do dólar, ajudando também pelas recentes medidas para conter a saída de capital.

Mas analistas preveem que a pressão de baixa sobre o iuan será retomada, especialmente se os EUA continuarem a elevar a taxa de juros, o que deve provocar nova fuga de capital de economias emergentes como a China e tentar seus controles de capital.

A queda nas reservas em janeiro deveu-se principalmente a intervenções do banco central ao venDer moeda estrangeira e comprar iuan, afirmou em comunicado o órgão regulador cambial da China, acrescentando que as mudanças nas reservas do país são normais e que o mercado não deve dar tanta atenção ao nível de 3 trilhões de dólares.

Acompanhe tudo sobre:China

Mais de Economia

Arrecadação de agosto é recorde para o mês, tem crescimento real de 11,95% e chega a R$ 201,6 bi

Senado aprova 'Acredita', com crédito para CadÚnico e Desenrola para MEIs

Haddad evita comentários sobre o Copom e diz que decisão “atrasada” do FED trará ventos favoráveis

Análise: Copom deixa a porta aberta para acelerar ritmo de alta da Selic para 0,5 ponto percentual