Economia

Repsol responde a Argentina sobre o preço da YPF

O presidente da Repsol, Antonio Brufau, reiterou nesta quarta-feira que o governo argentino terá de pagar o preço justo pelas ações expropriadas da YPF

O executivo afirmou que já "era esperada" a postura do governo argentino de discordar sobre o valor da indenização a ser paga à Repsol (Karim Jaafar/AFP)

O executivo afirmou que já "era esperada" a postura do governo argentino de discordar sobre o valor da indenização a ser paga à Repsol (Karim Jaafar/AFP)

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Da Redação

Publicado em 26 de abril de 2012 às 14h15.

Buenos Aires - O presidente da Repsol, Antonio Brufau, reiterou nesta quarta-feira que o governo argentino terá de pagar o preço justo pelas ações expropriadas da YPF, em uma resposta ao vice-ministro argentino de Economia, Axel Kicillof, que afirmou que o Estado não pagará os US$ 10,5 bilhões pedidos pela empresa espanhola. "A Argentina deverá pagar um preço justo pela YPF, com uma cotação que não será feita por Kicillof, que não sabe muito sobre cotações de empresas", afirmou Brufau à imprensa espanhola.

O executivo afirmou que já "era esperada" a postura do governo argentino de discordar sobre o valor da indenização a ser paga à Repsol. Porém, segundo ele, a companhia "acredita na Justiça" porque os tribunais "não respondem à demagogia, mas às cotações". Brufau reiterou que a Repsol "é muito mais" que sua filial argentina YPF e alertou a presidente Cristina Kirchner por suas atitudes unilaterais. "Os governos passam, mas as responsabilidades ficam (...) O caminho é longo e nos encontraremos nele", concluiu.

Pelo projeto de lei de Cristina Kirchner, cujo debate no Senado teve início ontem, a avaliação sobre o valor da fatia de 51% da YPF que a Repsol será obrigada a entregar ficará sob a responsabilidade de um tribunal local equivalente ao Tribunal de Contas da União brasileiro. A espanhola possui 57,43% de participação na petrolífera argentina e passaria a ter somente 6,43% após aprovação do projeto.

O grupo argentino Petersen, que possui 25,46% das ações, manterá esse porcentual, enquanto o Estado ficará com 26,03% e as províncias produtoras de petróleo e gás, 24,99%. Na bolsa, o capital flutuante permanecerá em 17,09%. Atualmente, o Estado argentino detém o Golden Share, ou as ações com direitos especiais de veto, com 0,02%. Com maioria na Câmara e no Senado, a Casa Rosada pretende aprovar o projeto sem mudanças e rapidamente transformá-lo em lei na próxima semana.

Nesta quarta-feira, o banco de investimento Nomura rebaixou o preço-alvo da Repsol de 24 euros para 20 euros, com uma recomendação de "comprar". Ontem, na Bolsa de Madri, as ações da companhia fecharam em baixa de 6%, a 16,42 euros por ação.

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