Economia

Repsol acusa Argentina de manipular YPF

Segundo a petrolífera espanhola, o governo argentino expropria a YPF a preço de saldo

O presidente da Repsol, Antonio Brufau, anunciou que recorrerá à Justiça internacional e exigirá uma compensação "justa" pelas ações de expropriação (Karim Jaafar/AFP)

O presidente da Repsol, Antonio Brufau, anunciou que recorrerá à Justiça internacional e exigirá uma compensação "justa" pelas ações de expropriação (Karim Jaafar/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 17 de abril de 2012 às 07h20.

Madri - O presidente da Repsol, Antonio Brufau, acusou nesta terça-feira o Governo da Argentina de ter produzido uma campanha de "fustigação, coações e vazamentos interesseiros e planificados" para provocar a queda do preço da YPF e facilitar assim sua desapropriação a preço de saldo.

Em entrevista coletiva em Madri, Brufau qualificou a intenção do Governo argentino de nacionalizar a YPF de "ato absolutamente ilegítimo e injustificável" e relacionou esta atuação à descoberta da jazida "Vaca Muerta", uma das mais importantes dos últimos anos.

O presidente da petrolífera espanhola anunciou que recorrerá à Justiça internacional e exigirá uma compensação "justa" pelas ações de expropriação, pelo menos da mesma quantia que corresponderia aos acionistas de acordo com a lei e que a companhia calcula em US$ 46,55 por ação, o que avaliaria a YPF em US$ 18,3 bilhões.

O presidente da Repsol explicou que apesar de suas reiteradas tentativas de reunir-se com a presidente argentina, Cristina Kirchner, para buscar uma solução negociada ao conflito criado em torno da YPF, a governante se negou.

Brufau também criticou o assalto à sede da YPF protagonizado ontem por funcionários argentinos, que "tiraram nosso pessoal e tomaram o controle da companhia antes mesmo de a presidente acabar de explicar o decreto de desapropriação".

"Estes atos não ficarão impunes", advertiu Brufau, para quem a intenção de expropriar a YPF também está relacionada com a profunda crise econômica e social pela qual atravessa a Argentina.

Atualmente, a Repsol controla 57,4% do capital da YPF, companhia da qual o Executivo argentino pretende controlar 51% mediante a desapropriação de suas ações. 

Acompanhe tudo sobre:América LatinaArgentinaEmpresasEmpresas espanholasEnergiaEstatizaçãoIndústria do petróleoPetróleoRepsol YPF

Mais de Economia

INSS recebeu 480,6 mil pedidos de devolução de descontos no primeiro dia para solicitações

Alesp aprova aumento do salário mínimo paulista para R$ 1804; veja quem tem direito

PF faz busca e apreensão em investigação contra fraudes no INSS em descontos de aposentadorias

Governo estuda 'janela de oportunidade' para nova emissão de títulos verdes, diz Dario Durigan