Economia

Representante comercial dos EUA elogia "notável" acordo com a China

O chamado acordo de fase anunciado na sexta-feira inclui elementos relacionados com as proteções de propriedade intelectual

China e EUA: acordo teve uma reação mista de especialistas em comércio (Eblis/Getty Images)

China e EUA: acordo teve uma reação mista de especialistas em comércio (Eblis/Getty Images)

A

AFP

Publicado em 15 de dezembro de 2019 às 17h44.

Última atualização em 18 de dezembro de 2019 às 15h06.

O acordo comercial entre Estados Unidos e China tem um alcance "notável", mas não resolverá todos os problemas entre as duas maiores economias do mundo, disse neste domingo o principal negociador americano.

"Não se trata somente de agricultura e outras compras", afirmou o representante comercial dos Estados Unidos (USTR), Robert Lighthizer, em uma entrevista ao "Face the Nation" do canal CBS.

"A forma de pensar nesse acordo é que se trata de um primeiro passo para tentar integrar dois sistemas muito diferentes em benefício mútuo", disse.

O chamado acordo de fase anunciado na sexta-feira inclui elementos relacionados com as proteções de propriedade intelectual, tecnologia, moeda e serviços financeiros.

Para Lighthizer, o acordo é, sobretudo, "aplicável". Ele acrescenta que os 50 bilhões de dólares em compras adicionais de produtos agrícolas americanos por parte da China estão explicitamente citados no acordo.

Embora o acordo esteja sendo traduzido e ainda não tenha sido assinado, Lighthizer insistiu que "está totalmente feito".

O negociador não indicou uma data precisa para a assinatura, mas disse que espera que isso aconteça em janeiro.

 

A China prometeu aumentar suas compras de fabricantes, agricultores, produtores de energia e prestadores de serviços nos Estados Unidos em pelo menos US$ 200 bilhões nos próximos dois anos, segundo o USTR.

As exportações dos Estados Unidos para a China dobrarão no próximo ano e quase triplicarão no ano seguinte se o acordo estiver em vigor.

Em 2017, antes do início da guerra comercial entre Washington e Pequim, os Estados Unidos exportaram cerca de 120 bilhões de dólares em mercadorias para a gigante asiática.

"No ano passado, o que este presidente conseguiu nessa área foi notável", disse Lighthizer, também se referindo ao recém-concluído acordo comercial entre os Estados Unidos, México e Canadá e outros.

"Qualquer um desses acordos teria sido monstruoso. E o fato de os termos todos juntos é excelente para a agricultura", afirmou.

No entanto, o acordo teve uma reação mista de especialistas em comércio, em parte porque alguns detalhes ainda não foram publicados.

Acompanhe tudo sobre:ChinaEstados Unidos (EUA)Guerras comerciais

Mais de Economia

Benefícios tributários farão governo abrir mão de R$ 543 bi em receitas em 2025

“Existe um problema social gerado pela atividade de apostas no Brasil”, diz secretário da Fazenda

Corte de juros pode aumentar otimismo dos consumidores nos EUA antes das eleições

Ministros apresentam a Lula relação de projetos para receber investimentos da China