Economia

Relator da CPI muda parecer e considera Pasadena mau negócio

Marco Maia reviu seu relatório e passou a considerar que a compra da refinaria de Pasadena pela Petrobras pode ter gerado prejuízo de R$ 560 milhões


	Refinaria da Petrobras em Pasadena: compra da refinaria foi o estopim para criação da CPI mista da Petrobras
 (Agência Petrobras / Divulgação)

Refinaria da Petrobras em Pasadena: compra da refinaria foi o estopim para criação da CPI mista da Petrobras (Agência Petrobras / Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 17 de dezembro de 2014 às 16h14.

Brasília - O relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras, deputado Marco Maia (PT-RS), reviu seu relatório nesta quarta-feira e passou a considerar que a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, pela Petrobras, pode ter gerado um prejuízo de mais de 560 milhões de dólares para a estatal.

No relatório apresentado na semana passada, o petista considerava que o negócio não tinha sido alvo de desvios e nem trazido prejuízos à empresa, e que os valores eram "bem razoáveis". Segundo ele, um relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) entregue à CPI mista nesta semana levou à mudança no seu parecer.

"Pelo exposto e também em sintonia com os encaminhamentos indicados pelo novo documento remetido pela CGU, esta relatoria aponta retificações no capítulo 6 do relatório para indicar potencial prejuízo de 561,5 milhões de dólares aos cofres da Petrobras, no que se refere à avaliação feita pela estatal, por ter adotado um valor elevado para o empreendimento adquirido", diz um trecho da retificação feita por Maia.

A CGU apontou perdas de 659,4 milhões de dólares da Petrobras na compra da refinaria de Pasadena e determinou a instauração de processos administrativos contra ex-executivos da estatal, entre eles o ex-presidente José Sérgio Gabrielli.

A compra da refinaria de Pasadena foi o estopim para criação da CPI mista da Petrobras. A revelação da presidente Dilma Rousseff, por meio de uma nota à imprensa em março, de que o negócio havia sido tomado com base num parecer "técnica e juridicamente falhos" trouxe à tona novamente os problemas da negociação com a companhia belga, Astra Oil.

A nota deu força ao movimento dos partidos de oposição no Congresso, criando as condições políticas para instalação da comissão.

Segundo nota, o resumo executivo preparado pela diretoria da Área Internacional na época "omitia" informações como a cláusula "put option", que levou a Petrobras a pagar valores muito maiores pela refinaria do que os 360 milhões de dólares desembolsados inicialmente por 50 por cento da unidade.

Ao final, a estatal pagou 1,25 bilhão de dólares por Pasadena e ainda teve de fazer investimentos de 685 milhões de dólares em melhorias operacionais e manutenção.

"O trabalho da controladoria registra que a aquisição da refinaria foi realizada por um valor superior àquele considerado justo, se levado em conta o estado em que Pasadena se encontrava à época", informou o CGU em nota à imprensa nesta quarta-feira.

Acompanhe tudo sobre:Capitalização da PetrobrasCaso PasadenaCorrupçãoEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasEmpresas estataisEscândalosEstatais brasileirasFraudesGás e combustíveisIndústria do petróleoPetrobrasPetróleoPolítica no BrasilPrejuízo

Mais de Economia

ONS recomenda adoção do horário de verão para 'desestressar' sistema

Yellen considera decisão do Fed de reduzir juros 'sinal muito positivo'

Arrecadação de agosto é recorde para o mês, tem crescimento real de 11,95% e chega a R$ 201,6 bi

Senado aprova 'Acredita', com crédito para CadÚnico e Desenrola para MEIs