O premiê britânico David Cameron (Simon Dawson/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 19 de janeiro de 2016 às 15h23.
Londres - O governo do Reino Unido estuda cobrar das empresas um imposto de 1.000 libras (cerca de R$ 5.700) por cada trabalhador qualificado que elas contratem de países de fora da União Europeia (UE), uma recomendação divulgada nesta terça-feira pelo Comitê Consultivo para a Imigração (MAC, na sigla em inglês).
O órgão sugeriu, além disso, que o governo aumente o salário mínimo que permite que as companhias obtenham vistos para trabalhadores não comunitários: das atuais 20,8 mil libras anuais (cerca de R$ 118,5 mil) para 30 mil libras anuais (R$ 171 mil).
Segundo o MAC, órgão vinculado ao Ministério do Interior e que assessora o governo do primeiro-ministro, David Cameron, em questões sobre imigração, a taxa proposta permitiria uma arrecadação de 250 milhões de libras (R$ 1,425 bilhão) que podem ser destinados ao fomento à contratação de trabalhadores britânicos.
"Elevar o custo da contratação de imigrantes qualificados e a introdução de um imposto se transformariam em um maior investimento em trabalhadores britânicos, reduzindo o uso de mão de obra imigrante", disse em comunicado o presidente do MAC, David Metcalf.
O MAC recomenda, além disso, que o governo endureça as normas que permitem que as companhias multinacionais obtenham vistos para os trabalhadores que são transferidos ao Reino Unido.
O documento divulgado hoje revela também que as pessoas contratadas em países de fora da UE para trabalhar no Reino Unido cobram menos que seus colegas britânicos.
Médicos e enfermeiras que receberam visto para exercer suas profissões no país, por exemplo, cobraram 6 mil libras a menos por ano (R$ 34,2 mil), enquanto os professores na mesma situação recebem menos 2 mil libras por ano que seus companheiros (R$ 14,82 mil).