Economia

Rei espanhol encoraja investimento no Brasil

Segundo o monarca, o país respeita o princípio de segurança jurídica e oferece bem-estar a seus cidadãos

Em resposta, Dilma apostou na ampliação da cooperação empresarial hispânico-brasileira e expressou sua confiança na criatividade e força do povo espanhol diante da crise (Wilson Dias/ABr)

Em resposta, Dilma apostou na ampliação da cooperação empresarial hispânico-brasileira e expressou sua confiança na criatividade e força do povo espanhol diante da crise (Wilson Dias/ABr)

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Da Redação

Publicado em 4 de junho de 2012 às 16h24.

Brasília - O rei da Espanha, Juan Carlos I, falou nesta sexta-feira à presidente brasileira, Dilma Rousseff, sobre o desejo dos empresários espanhóis de investirem no Brasil, por ser um país que respeita o princípio de segurança jurídica e oferece bem-estar a seus cidadãos.

Sem comentar a disputa com a Argentina pela desapropriação da YPF à Repsol, o monarca reafirmou o compromisso empresarial espanhol com o Brasil durante o almoço oferecido por Dilma no Palácio de Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores, no qual o rei concluiu uma visita de trabalho.

Em resposta, Dilma apostou na ampliação e diversificação da cooperação empresarial hispânico-brasileira e expressou sua confiança na criatividade e força do povo espanhol diante das dificuldades econômicas, assim como nos esforços da Espanha para superar a crise europeia.

A presidente brasileira ainda destacou que a estabilidade orçamentária é compatível com políticas de estímulo do crescimento, e ressaltou que o Brasil explorará novas alianças com empresas espanholas. Entre outros assuntos de colaboração, Dilma mencionou os setores de infraestruturas, transportes, energia e telecomunicações, assim como projetos conjuntos em defesa, pesquisa científica e tecnologia da informação.

Na primeira viagem ao exterior desde uma intervenção cirúrgica no quadril e da chegada de Mariano Rajoy ao Governo espanhol, o rei chegou à Brasília acompanhado por um grupo de empresários espanhóis, entre eles os presidentes do Banco Santander, Repsol, Telefónica, Iberdrola, Indra e Iberia, entre outras.

Diante dos empresários, tanto espanhóis como brasileiros presentes, o rei destacou a determinação da Espanha para superar a crise a partir da solidez de suas instituições e a excelência do capital humano, e ressaltou que o Governo espanhol está realizando reformas de grande alcance.

"A Espanha trabalha para estabilizar os mercados financeiros, reduzir os juros da dívida pública e fortalecer o projeto do euro", disse o rei em seu discurso. Juan Carlos I ressaltou ainda que os dois países possam ajudar na superação da crise e em uma melhor governança econômica global


Após definir o Brasil como "a potência do presente" e apoiar o país nas tentativas de maior protagonismo internacional, Juan Carlos I falou que, na próxima visita à Espanha, Dilma assine um documento que ponha em dia o Plano de Associação Estratégica de 2003, em setores como defesa, ciência ou cultura.

O rei também destacou que a Espanha oferecerá para o próximo ano mais de 1,5 mil vagas em carreiras técnicas para estudantes brasileiros e cursos de treinamentos para graduados, ao mesmo tempo em que comemorou a implantação da língua espanhola no ensino médio do Brasil.

Outro ponto discutido foi a iniciativa promovida nesta sexta-feira em Madri pelo Governo espanhol para agilizar os trâmites que facilitem a entrada de cidadãos brasileiros na Espanha.

Entre os contatos mantidos hoje entre empresários espanhóis e brasileiros, Juan Rosell, presidente da estatal CEOE, assinou com o presidente da brasileira CNI, Robson Braga de Andrade, um acordo de colaboração para promover as relações econômicas do Brasil com a UE.

O rei foi recebido antes no Palácio do Planalto por Dilma e depois se reuniu também com os cancheleres dos dois países, o espanhol José Manuel García-Margallo e o brasileiro Antonio Patriota, além dos titulares brasileiros de Fazenda e Educação.

No almoço no Itamaraty, também estavam presentes os ministros brasileiros da Indústria e Comércio, Justiça e Relações Institucionais, além dos presidentes da CNI, da Petrobras e dos principais grupos de construção, indústria e alimentação. EFE

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