Economia

Regime automotivo começa sem incentivo a autopeças

Na avaliação do governo, a ausência dessas peças não compromete o regime, em parte porque o mercado já se antecipou ao problema e por medidas que ainda serão anunciadas


	Como um dos princípios do regime é aumentar o conteúdo nacional nos veículos "made in Brazil", o governo pretendia baratear autopeças e outros equipamentos
 (Tamires Kopp)

Como um dos princípios do regime é aumentar o conteúdo nacional nos veículos "made in Brazil", o governo pretendia baratear autopeças e outros equipamentos (Tamires Kopp)

DR

Da Redação

Publicado em 14 de janeiro de 2013 às 13h49.

Brasília - O novo regime de tributos para o setor automotivo entrou em vigor há duas semanas sem dois aspectos principais: o planejado pacote de incentivo aos fabricantes de autopeças e um sistema de rastreamento para certificar que os componentes usados nos veículos nacionais foram efetivamente fabricados no Brasil.

Na avaliação do governo, no entanto, a ausência dessas peças não compromete o regime, em parte porque o mercado já se antecipou ao problema e por medidas que serão anunciadas nas próximas semanas.

Batizado de Inovar-Auto, o regime significa uma lista de exigências estatais para as montadoras escaparem da sobretaxa de 30 pontos porcentuais criada em 2011 para barrar a entrada de carros importados no País.

Para isso, as montadoras têm de comprar autopeças locais, investir em pesquisa e aumentar a eficiência energética dos automóveis. Até 2017, por exemplo, um carro a gasolina terá de rodar 17 quilômetros por litro de combustível.

Como um dos princípios do regime é aumentar o conteúdo nacional nos veículos "made in Brazil", o governo pretendia baratear autopeças e outros equipamentos.

Mas a Receita Federal resistiu a cortes de impostos para os fabricantes, por questões orçamentárias - não haveria dinheiro suficiente no Orçamento - e técnicas, já que o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) é cobrado do carro pronto, e não na cadeia.

A saída será ajudar diretamente os fabricantes de autopeças, via consultoria e dinheiro, diz a secretária de Desenvolvimento da Produção do Ministério do Desenvolvimento, Heloísa Menezes. "O início dos mecanismos de estímulo deve gerar condições para, se não reduzir, ao menos manter o preço do carro no patamar atual." 

Acompanhe tudo sobre:AutoindústriaCarrosImpostosIndústriaIndústrias em geralLeãoVeículos

Mais de Economia

Senado aprova em 1º turno projeto que tira precatórios do teto do arcabouço fiscal

Moraes mantém decreto do IOF do governo Lula, mas revoga cobrança de operações de risco sacado

É inacreditável que Trump esteja preocupado com a 25 de Março e Pix, diz Rui Costa

Tesouro: mesmo com IOF, governo precisaria de novas receitas para cumprir meta em 2026