O economista Paulo Rabello de Castro: "se o Governo se empenhar, PIB pode chegar aos R$ 6 tri em 2020" (.)
Da Redação
Publicado em 20 de julho de 2010 às 18h00.
São Paulo - Uma reforma tributária que reduza a carga de impostos dos atuais 36% do Produto Interno Bruto (PIB) para 30% fará com que a renda das famílias brasileiras dobre nos próximos 10 anos. Esta é a estimativa dos organizadores do Movimento Brasil Eficiente, idealizado por representantes do setor produtivo, das companhias e federações empresariais. O projeto foi lançado oficialmente nesta terça-feira (20/7), na sede da Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo.
De acordo com o economista Paulo Rabello de Castro, se o governo se empenhar para reduzir a carga tributária, o PIB brasileiro chegará a seis trilhões de reais em 2020. Com isto, o PIB per capita dobrará, passando de cerca de 15 mil para 30 mil reais por ano.
Por outro lado, nas contas dos organizadores do movimento, sem a reforma e o enxugamento dos gastos públicos, a soma das riquezas do país chegará apenas a 4,8 trilhões de reais no fim da próxima década. Já o PIB per capita atingirá os 23 mil reais por ano.
"Os impostos pesam demais. Os governos municipais, estaduais e o federal não têm eficiência. Se tivermos coragem de reformular nossa estrutura tributária, o Brasil vai crescer e vamos melhorar a qualidade de vida da população", disse Castro, um dos responsáveis pelo estudo "Diagnóstico Fiscal Brasileiro".
Segundo o economista, para que o Brasil consiga duplicar a renda das famílias na próxima década, será necessário que a economia cresça 6% ao ano. Este objetivo, na visão dos organizadores do Movimento Brasil Eficiente, será atingido apenas se os investimentos empresariais e públicos em infraestrutura chegarem a 25% do PIB. Atualmente, os investimentos representam 18% do PIB. "Hoje temos um imenso gasto público e não chegamos nem de perto desta marca", explicou Castro.
Gastos
A principal crítica do movimento é o fato de que a carga tributária vem crescendo não para dar suporte aos investimentos do governo, mas para custear os elevados gastos públicos. Durante o lançamento do manifesto pela reforma tributária, ex-senador Jorge Bornhausen apontou problemas como o tamanho desproporcional da máquina pública.
"Em sete anos, houve um aumento de 300 mil funcionários no setor público, incluindo os servidores comissionados e a abertura de vagas em empresas estatais. A União gastou 7,6 bilhões de reais com publicidade. Foram abertas 12 empresas estatais, 40 embaixadas, dentre outros exemplos. Há um custo muito alto, mas um nível de investimentos baixo", afirmou.
Para o economista Raul Velloso, que também colaborou no estudo de diagnóstico do sistema fiscal no Brasil, se a estrutura de gastos elevados e baixo investimento não for alterada, não há razão para otimismo. "É um erro de previsão esperar uma grande melhora para os próximos anos. Precisamos ser um pouco menos otimistas, ter mais o pé no chão. Com a estrutura atual, se o cenário externo não for tão favorável ao Brasil, teremos sérios problemas de solvência."
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