Charles Dallara (esquerda), chefe do Instituto de Finanças Internacionais (John Kolesidis/Reuters)
Da Redação
Publicado em 6 de abril de 2012 às 17h04.
Washington - O diretor-gerente do Instituto Internacional de Finanças (IIF), Charles Dallara, comentou em uma entrevista para o jornal japonês Nikkei que a forma como a Grécia forçou os detentores privados de bônus do país a aceitar perdas com esses títulos não deve se tornar um precedente. O IIF representou os credores privados da Grécia, principalmente bancos, nas negociações para a reestruturação da dívida do país.
Dallara também comentou que, para aliviar a pressão para que os bancos vendam ativos e aumentem seus níveis de capital, as autoridades reguladoras da Europa e de outras regiões do mundo não podem aplicar essas novas regras apressadamente.
"A reestruturação da dívida grega foi um avanço enorme, não somente para a Grécia, mas um passo incomumente importante para a Europa, porque demonstrou que eles estavam preparados para aportar grandes recursos. Sem esse novo programa, é provável que a Grécia teria sido forçada a sair da zona do euro", comentou.
Questionado sobre as condições para os bancos europeus conseguirem financiamentos em dólar, Dallara disse que esse problema não se deve à solidez, ao desempenho ou à solvência dessas instituições, mas à fragilidade do cenário soberano no qual elas operam. "As operações de refinanciamento de longo prazo do Banco Central Europeu (BCE) deram um fôlego para a questão da liquidez nos bancos europeus. Eu acredito que os financiamentos em dólar devem retornar gradualmente, com a recuperação da confiança na zona do euro", afirmou. As informações são da Dow Jones.