Economia

Recurso estrangeiro em infraestrutura é limitado por câmbio

Existe apetite estrangeiro para investir em projetos de infraestrutura no país, mas a entrada destes recursos é limitada


	Dinheiro: projetos brasileiros precisam de crédito em real, mas os fundos estrangeiros são denominados em dólar, o que gera um risco de descasamento cambial
 (Getty Images)

Dinheiro: projetos brasileiros precisam de crédito em real, mas os fundos estrangeiros são denominados em dólar, o que gera um risco de descasamento cambial (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 1 de novembro de 2013 às 13h31.

São Paulo - Existe apetite estrangeiro para investir em projetos de infraestrutura no país, mas a entrada destes recursos é limitada por um fator cambial, afirmou o chefe de análise de renda fixa do BTG Pactual, Alexandre Muller.

Segundo ele, os projetos brasileiros precisam de crédito em real, mas os fundos estrangeiros são denominados em dólar, o que gera um risco de descasamento cambial para os fundos. "O investidor até olha para o Brasil, mas o espaço para ele investir em debêntures em reais não é gigantesco, é algo mais restrito, e depende da visão que ele tem naquele momento", disse.

"Se o câmbio fica volátil, ele fica mais receoso em fazer o investimento", acrescentou. Outro fator que afasta o estrangeiro é o modelo dos leilões, conhecido como padrão "holandês", em que o projeto pode ficar nas mãos de poucos investidores.

Segundo ele, os estrangeiros que entrarem no país devem fazê-lo de forma indireta, por meio de fundos geridos por administradores nacionais, que conhecem as peculiaridades do país, avalia.

Durante seminário de renda fixa da Anbima, ele afirmou que os estrangeiros dispostos a investir no médio e longo prazo são principalmente fundos de pensão e fundos soberanos, que precisam de apoio local para investir no país."A grande poupança estrangeira não vai entrar diretamente no Brasil, vai precisar de intermediário", disse.

Em sua visão, estes investidores são muito sensíveis a mudanças regulatórias e tributárias, e são "carentes" de intermediários que conheçam as leis brasileiras e análise de crédito local. "Não dá para gestores de recursos da costa leste dos EUA fazerem isso", afirmou.

"A indústria de gestão de recursos precisa criar uma prateleira de fundos para oferecer para este público", disse.

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