EXAME.com (EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 21 de setembro de 2009 às 12h56.
A recessão global provocou a maior queda nas emissões de gases poluentes dos últimos 40 anos, segundo estudo da Agência Internacional de Energia (AIE). De acordo com reportagem do jornal Financial Times, esse é o primeiro estudo oficial sobre a influência da crise nas emissões de gases responsáveis pelo aquecimento global, como é o caso do gás carbônico (CO2).
O último grande declínio que se tem registro em relação à redução de emissão de gases tóxicos foi em 1981, período de retração econômica após a crise do petróleo (1973-74).
Na avaliação da AIE, que atua como conselheira sobre políticas energéticas para 28 países membros, essa é uma oportunidade única para que o mundo reduza sua dependência do modelo de crescimento baseado no carbono.
O estudo revela que a diminuição da atividade industrial foi a grande responsável pela forte redução das emissões, mas outros fatores também foram considerados importantes. Entre eles está a suspensão de obras de muitas usinas termelétricas movidas a carvão, devido à pouca demanda e falta de crédito.
Além disso, três importantes políticas governamentais foram responsáveis por cerca de 25% no corte de emissões, segundo estimativa da AIE. Foram elas: a meta adotada pela União Européia de reduzir as emissões em 20% até 2020; as normas americanas para emissões de carros; e as políticas de eficiência energética da China.
Para o economista-chefe da AIE, Fatih Birol, essa redução foi surpreendente e faz com que as metas ambientais propostas pelos cientistas sejam atingidas mais facilmente. "Temos uma situação nova, com mudanças na demanda de energia e o adiamento de muitos investimentos no setor. Mas isso só tem sentido se pudermos fazer uso desta oportunidade única", afirmou Birol ao jornal FT.
O estudo faz parte do relatório anual sobre energia no mundo, que será publicado em novembro. No entanto, o trecho referente a essa constatação será publicado em outubro a fim de municiar líderes políticos que participarão dos debates da conferência climática de Copenhaguen, na Dinamarca.
De acordo com o FT, um grupo de 181 investidores com 13 bilhões de dólares sob gestão chegou num acordo rigoroso de cortes de emissões. Após essa iniciativa, na semana passada, cerca de 500 empresas, incluindo a General Electric, Coca-Cola e Procter & Gamble decidiram fazer um apelo semelhante.