Economia

Recessão amplia necessidade de capital da Caixa, diz Moody's

E, segundo a agência, é mais provável que o apoio do governo venha na forma de tolerância regulatória do que como injeção de capital


	Caixa: os analistas da Moody's afirmaram que a injeção de capital não deve exceder 0,3% do PIB ou 1% das receitas do governo
 (Lia Lubambo/EXAME)

Caixa: os analistas da Moody's afirmaram que a injeção de capital não deve exceder 0,3% do PIB ou 1% das receitas do governo (Lia Lubambo/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 8 de junho de 2016 às 17h08.

São Paulo - A agência de classificação de risco Moody's afirmou em relatório divulgado nesta quarta-feira, 8, que a Caixa Econômica Federal pode precisar de apoio do governo caso não consiga vender ativos ou reduzir dividendos.

E, segundo a agência, é mais provável que esse apoio venha na forma de tolerância regulatória do que como injeção de capital, já que o governo convive com um enorme déficit fiscal.

No entanto, caso uma injeção de capital seja necessária, os analistas da Moody's afirmaram que o montante requerido não deve exceder 0,3% do PIB ou 1% das receitas do governo, e que este poderia arcar com tal demanda apesar de sua situação fiscal.

O panorama montado pela agência sobre a situação da Caixa ressalta o aumento dos gastos com provisões, decorrente de uma combinação entre crescente inadimplência e desaceleração do volume de negócios. Segundo a Moody's, isso resultou no consumo total das receitas antes das provisões desde 2015.

Além disso, na visão da agência, a Caixa é mais sensível à recessão econômica que outros grandes bancos brasileiros, uma vez que seu enfoque está na concessão de crédito para setores em que a capacidade de honrar a dívida está intimamente ligada ao aumento do desemprego e à inflação.

"Historicamente, o foco da Caixa em classes de empréstimos com garantia como crédito imobiliário e consignado ajudou a entidade a manter taxas de inadimplência abaixo da média do sistema, mas a forte expansão em carteiras não tradicionais para o banco expuseram a instituição a classes de ativos de maior risco", afirmou Ceres Lisboa, vice-presidente sênior da Moody's.

"Esperamos que a atual recessão resultará em aumento das provisões para o banco."

Texto atualizado às 17h08

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